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Participação de Mursi em reconciliação no Egito é rejeitada

Vice-presidente egípcio de Relações Exteriores rejeitou que o presidente deposto participe do processo de reconciliação nacional


	O vice-presidente egípcio, Mohamed ElBaradei: "Mursi fracassou, mas a Irmandade Muçulmana é ainda parte do processo político e gostaríamos que continuasse sendo", disse
 (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

O vice-presidente egípcio, Mohamed ElBaradei: "Mursi fracassou, mas a Irmandade Muçulmana é ainda parte do processo político e gostaríamos que continuasse sendo", disse (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2013 às 11h42.

Cairo - O vice-presidente egípcio de Relações Exteriores, Mohamed ElBaradei, rejeitou nesta terça-feira que o deposto chefe de Estado Mohamed Mursi participe do processo de reconciliação nacional, embora tenha dado as boas-vindas aos integrantes da Irmandande Muçulmana.

"Há um novo roteiro. Mursi fracassou, mas a Irmandade Muçulmana é ainda parte do processo político e gostaríamos que continuasse sendo", disse ElBaradei em entrevista coletiva conjunta no Cairo com a alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Catherine Ashton.

O Prêmio Nobel da paz egípcio destacou os esforços que a UE está exercendo "para ajudar o Egito a encontrar a reconciliação", mas disse que a solução está nas mãos dos egípcios.

ElBaradei destacou que os principais desafios que o país enfrenta atualmente são o fim da violência, a participação de todas as forças políticas no plano da etapa de transição e a coexistência de todos em uma sociedade reconciliada.

"Temos que trabalhar juntos em uma solução inclusiva na qual todos estejam envolvidos", disse o ex-diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), para quem é necessário que as distintas forças tomem parte na modificação da Constituição e nas próximas eleições.

Após o fim da violência, ElBaradei adiantou que "será necessário distinguir os que cometeram delitos graves e os que não possuem acusações criminais, que deverão ser libertados", em referência a Mursi e outros dirigentes da Irmandade Muçulmana, acusados de vários delitos pela Justiça.


Por sua vez, Catherine reiterou que nos contatos que manteve, sua mensagem foi a mesma para todos. "Esta grande nação precisa avançar pacificamente, todo tipo de violência deve parar, o povo unido deve avançar pelo mesmo caminho", recomendou.

A alta representante lembrou que se reuniu nesta última visita com o chefe do Exército Adbel Fatah al Sisi, o presidente interino Adly Mansour, o primeiro-ministro Hazewm el Beblaui e o ministro das Relações Exteriores Nabil Fahmi, assim como com representantes da sociedade civil.

Catherine destacou que também se reuniu com membros da Irmandade e que manteve ontem à noite um encontro de duas horas com Mursi, que se encontra detido pelo Exército em algum lugar desconhecido.

"Disse a ele o que estou tentando fazer e escutei o que ele tinha para dizer", explicou a responsável da UE, sem dar mais detalhes.

Catherine, que visita o Egito pela segunda vez desde o golpe de estado que derrubou Mursi em 3 de julho, ressaltou que viajou ao país árabe na ocasião, porque pediram para que tentasse diminuir as diferenças entre os grupos.

Após estes contatos, "me sinto otimista, o povo tem determinação de avançar rumo ao futuro. O desafio é unir todos no mesmo caminho", afirmou.

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