Para Silva, Maduro está em "armadilha" e corre risco de perder controle das Forças Armadas para seguidores de Cabello, o que pode desencadear um golpe de Estado (REUTERS/Enrique Castro-Mendivil)
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2013 às 21h43.
A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, dominada pelos "chavistas", rejeitou nesta terça-feira investigar as denúncias contidas em uma gravação de áudio apresentada por deputados opositores na véspera e que revelaria com complô contra o presidente Nicolás Maduro, liderado pelo presidente do Parlamento, Diosdado Cabello.
"Minoria evidente: negado", disse Cabello após consultar os deputados presentes sobre o pedido de investigação do áudio divulgado pelo opositor Ismael Garcia, que reproduz uma conversa entre o apresentador da TV estatal Mario Silva e um alto oficial da Inteligência cubana, Aramis Palacios. Ismael García
Na conversa, Silva explica que Cabello, um ex-tenente que participou junto com o falecido Hugo Chávez do fracassado golpe de Estado de 1992, controla vários corpos de segurança, entre eles o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), e que o que "interessa a ele são o dinheiro e o poder".
Para o jornalista, Maduro está em uma "armadilha" e corre o risco de perder o controle das Forças Armadas para os seguidores de Cabello, o que pode desencadear um golpe de Estado.
O apresentador também acusa o presidente da Assembleia Nacional de corrupção e de lavagem de dinheiro através "de empresas de fachada" e adverte: "há ministros aqui que não sabem sequer o que fazer e o mais provável é que estejam roubando, Palacios, porque acham que isto vai desmoronar", referindo-se ao projeto "chavista.
Cabello disse nesta terça-feira, durante a sessão da AN, que não responderá às acusações de García, e citou uma frase do finado presidente venezuelano: "(Hugo) Chávez nos ensinou que águia não caça mosca".
"Ele (García) está rodeado de moscas (...) Não vou responder a isto. Apresentamos nesta Assembleia provas contundentes, não piadas, histórias, invenções", destacou Cabello, que na véspera reagiu citando a "unidade monolítica das forças revolucionárias em torno de Nicolás Maduro".
O parlamentar opositor Andrés Velásquez reagiu afirmando que "o país quer saber se o deputado Diosdado liderou grupos de interesses econômicos (...). Queremos que este assunto seja investigado a fundo".