Parlamento turco: governo defendeu a prorrogação do quadro de exceção para erradicar a influências opositoras (Adem Altan/AFP)
AFP
Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 08h47.
O Parlamento turco aprovou, nesta terça-feira (3), uma prorrogação de três meses do estado de emergência instaurado depois da tentativa de golpe de julho passado.
Essa decisão foi tomada três dias depois de um atentado que deixou 39 mortos em uma boate em Istambul.
O estado de emergência já levou à detenção de pelo menos 37.000 pessoas e causou preocupação na União Europeia. Estendida pela segunda vez, a medida expiraria em 19 de janeiro próximo.
O governo defendeu a prorrogação do quadro de exceção para erradicar a influência, nas instituições turcas, do pregador Fethullah Gülen, inimigo do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Fethullah Gülen já negou envolvimento no golpe de Estado frustrado de julho.
O estado de urgência dá poderes especiais ao governo para demitir funcionários e fechar associações e grupos de mídia. Também permite que as autoridades prolonguem a detenção de pessoas sem julgamento.
No final de 2016, Recep Tayyip Erdogan advertiu a União Europeia de que poderia prolongar a situação de emergência, em janeiro, por mais três meses pelo menos, destacando que a França fez o mesmo após sofrer uma série de atentados.
o presidente turco também anunciou que promulgaria o restabelecimento da pena capital abolida em 2004, se os deputados votassem o texto.
Os líderes europeus se pronunciaram contra, alegando que a medida seria incompatível com uma adesão do bloco.