Turquia: desde que o estado foi imposto, mais de 50 mil pessoas foram presas e 150 mil foram suspensas de seus trabalhos (Osman Orsal/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2017 às 14h14.
Última atualização em 17 de julho de 2017 às 14h15.
Ancara - O Parlamento turco aprovou nesta segunda-feira a extensão de um estado de emergência por mais três meses, quase um ano após a medida ter sido imposta em reação a uma fracassada tentativa de golpe militar em julho do ano passado.
O partido do presidente turco, Tayyip Erdogan, o AKP, tem maioria confortável no Parlamento.
A medida foi aprovada após cerimônias durante o fim de semana que marcaram o primeiro ano desde a tentativa frustrada de golpe, na qual cerca de 250 pessoas foram mortas.
Desde que o estado de emergência foi imposto em 20 de julho do ano passado, mais de 50 mil pessoas foram presas e 150 mil foram suspensas de seus trabalhos em uma repressão que opositores de Erdogan dizem empurrar a Turquia para um caminho de maior autoritarismo.
O governo afirma que as medidas são necessárias para confrontar desafios de segurança que a Turquia enfrenta e para erradicar os apoiadores do clérigo Fethullah Gulen, baseado nos Estados Unidos, que dizem estar por trás da tentativa de golpe. Gulen negou qualquer envolvimento.
Em uma série de cerimônias públicas em homenagem às pessoas mortas na tentativa de golpe e para celebrar aqueles que a frustraram, Erdogan reiterou seu desafiou às críticas da União Europeia e disse que traria de volta a pena de morte caso o Parlamento a aprove.
Os laços da Turquia com o Ocidente ficaram tensos desde que governos europeus manifestaram seu alarme com a escala de repressão, que continua. Outros 7 mil policiais, servidores civis e acadêmicos foram dispensados na semana passada de acordo com um decreto publicado na sexta-feira.