Parlamento Europeu pediu nesta quinta-feira aos governos da UE que imponham um embargo conjunto à venda de armas à Arábia Saudita (Georges Gobet/AFP)
EFE
Publicado em 25 de outubro de 2018 às 10h58.
Última atualização em 25 de outubro de 2018 às 11h00.
Estrasburgo - O Parlamento Europeu (PE) pediu nesta quinta-feira aos governos da União Europeia (UE) que imponham um embargo conjunto à venda de armas à Arábia Saudita após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
O pedido, feito após um debate no plenário sobre o incidente em Istambul, exige uma investigação imparcial do assassinato de Khashoggi e a colaboração plena das autoridades sauditas.
Os parlamentares europeus também pediram que o embargo se estenda à exportação de sistemas de vigilância e outros produtos de duplo uso que podem ser utilizados para fins de repressão na Arábia Saudita.
Além disso, a resolução pede à chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e aos Estados da UE que se preparem para impor sanções específicas contra cidadãos sauditas, em particular a proibição de vistos e o bloqueio de ativos, assim como sanções por motivos de direitos humanos contra a Arábia Saudita.
A Comissão Europeia (CE, órgão executivo da UE) confirmou que está realizando consultas em diferentes níveis para elaborar uma resposta e determinar "o provável impacto que este caso terá nas relações (da UE) com a Arábia Saudita".
Sobre as vendas de armas ao regime saudita, questionadas depois que a Alemanha anunciou que não aprovará novos contratos de exportação, a CE lembrou que a decisão final depende dos Estados-membros.
Segundo o relatório mais recente sobre esta questão, divulgado em fevereiro e correspondente a 2016, 15 países da UE (Áustria, Bélgica, Bulgária, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Romênia, Espanha, Suécia e Reino Unido) venderam armas à Arábia Saudita nesse ano.