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Parlamento Europeu reelege conservadora Roberta Metsola para mandato de dois anos e meio

Metsola recebeu 562 votos e venceu a candidata espanhola de esquerda Irene Montero

Roberta Metsola, de Malta, foi reeleita presidente do Parlamento Europeu (AFP)

Roberta Metsola, de Malta, foi reeleita presidente do Parlamento Europeu (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 16 de julho de 2024 às 09h36.

Última atualização em 16 de julho de 2024 às 09h42.

A Eurocâmara, renovada após as eleições europeias de junho, iniciou nesta terça-feira, 16, a nova legislatura com a reeleição da conservadora maltesa Roberta Metsola como presidente do Parlamento.

Metsola recebeu 562 votos e conquistou um novo mandato de dois anos e meio à frente do Legislativo europeu.

Advogada, 45 anos, Roberta Metsola é presidente do Parlamento Europeu desde 2022, quando era primeira vice-presidente e assumiu o cargo após o falecimento do então titular, o italiano David Sassoli.

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"Não devemos ter medo de enfrentar os autocratas. Não devemos ter medo de sustentar nossas promessas, de defender a Europa, e não devemos ter medo de construir uma união que funcione para todos nós", disse Metsola após a sua eleição.

A espanhola Irene Montero, candidata pelo bloco de esquerda, recebeu 61 votos.

Nesta 10ª legislatura europeia, as mulheres representam 39% do plenário, que tem idade média de 50 anos.

Na quinta-feira, o Parlamento votará se aprova ou não um segundo mandato para Ursula von der Leyen à frente da Comissão Europeia.

Depois das eleições europeias de junho, o Parlamento Europeu enfrenta uma conjuntura política difícil, com o fortalecimento da extrema direita.

O bloco do Partido Popular Europeu (PPE, direita) continua sendo o maior do Legislativo, seguido pela bancada dos Social-Democratas (S&D).

Os dois blocos e a bancada 'Renew' (liberais) formavam o trio político que garantiu o equilíbrio do Parlamento Europeu na legislatura anterior.

Porém, nas eleições de junho o 'Renew' caiu para o quinto lugar, sendo superado por dois blocos de extrema direita: Conservadores e Reformistas (ECR) e Patriotas pela Europa, apoiados pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban.

Assim, o trinômio original (denominado 'centrista', por excluir os extremos) ainda representa uma tendência geral majoritária, mas o fortalecimento da extrema direita modifica todos os cálculos políticos.
- Equilíbrio delicado -Na legislatura anterior, por exemplo, o ECR tinha uma vice-presidência do Parlamento Europeu e agora exige duas, ideia rejeitada pelos blocos de esquerda.

Além das exigências de ECR, o grupo Patriotas pela Europa (a terceira maior bancada) deve ter duas vice-presidências.

Para enfrentar este cenário, o trio principal está determinado a implementar o que foi denominado de 'controle sanitário' para impedir que a extrema direita alcance o poder.

Um porta-voz do grupo Patriotas pela Europa, Alonso de Mendoza, afirmou que esta é uma "prática antidemocrática que priva milhões de cidadãos de representação".

O bloco ECR pediu ao Parlamento para "não excluir aqueles que não agradam uma determinada maioria".

Ao anunciar sua candidatura ao segundo mandato, Von der Leyen admitiu que estava disposta a colaborar com determinadas alas do ECR, em uma tentativa de obter os votos do bloco.

Qualquer eventual apoio do ECR, no entanto, fecharia a porta aos votos dos social-democratas e liberais.
Por este motivo, nas últimas semanas Von der Leyen se concentrou em estabelecer canais de diálogo com a bancada dos Verdes, que com 53 votos pode fazer a diferença.

Neste caso, qualquer promessa de Von der Leyen aos Verdes ajudará a eliminar votos importantes no PPE, que questiona aspectos cruciais dos planos ambientais do bloco, o chamado Pacto Verde.

O bloco ECR tem uma reunião programada com Von der Leyen nesta terça-feira e o porta-voz da bancada, Michael Strauss, mencionou as preocupações do grupo.

"Não poderemos apoiá-la se ela persistir em sua abordagem ideológica sobre o Pacto Verde", comentou.

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