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Parlamento debate ações após suspensão do referendo contra Maduro

A suspensão do referendo aumentou ainda mais a tensão política no país, que enfrenta uma grave crise econômica

Venezuela: "Há um golpe de estado contínuo", disse líder da oposição, Julio Borges (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: "Há um golpe de estado contínuo", disse líder da oposição, Julio Borges (Marco Bello/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de outubro de 2016 às 15h07.

O parlamento da Venezuela, de maioria opositora, iniciou neste domingo (23) uma sessão especial para debater sobre a suspensão do processo de referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro, que os adversários do governo consideram uma ruptura da democracia.

O presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, iniciou o debate que tem como ponto único a "restituição da ordem constitucional e a democracia", e que inclui a possibilidade de abrir um "julgamento político" contra Maduro.

"Na Venezuela há um golpe de estado contínuo. Viemos oficializar ante o mundo inteiro que houve uma ruptura da ordem constitucional", disse o líder da bancada opositora, Julio Borges.

Os deputados da oposição também pediram respeito ao povo.

Ao ler a ordem dos debates, Ramos Allup afirmou que também será abordado um "abandono do cargo" por parte de Maduro, que está em uma viagem ao Oriente Médio, e o tema da suposta dupla nacionalidade, venezuelana e colombiana, do presidente, que segundo a oposição o inabilita para exercer a função.

Os chavistas vaiaram e lançaram objetos contra os deputados que entraram na sede parlamentar e gritavam frases como "Não há referendo" e "Esta Assembleia vai cair".

"A Assembleia Nacional assume a responsabilidade histórica de restituir a democracia e a justiça ao povo venezuelano. É impossível nos tirar o direito de escolher o futuro que queremos", disse Borges.

A suspensão do referendo aumentou ainda mais a tensão política no país, que enfrenta uma grave crise econômica, com escassez de alimentos e medicamentos, além de uma inflação calculada em 475% pelo FMI para 2016.

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