Artur Mas: com rejeição, se abre um prazo de dois meses para realizar mais debates de posse com outros possíveis candidatos (Josep Lago/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2015 às 11h04.
Barcelona - O Parlamento catalão rejeitou nesta quinta-feira pela segunda vez a posse de Artur Mas como presidente do Governo regional, com o que seu período de interinidade continua, em pleno debate sobre o desafio independentista da comunidade autônoma.
Mas, candidato da Junts pel Sí (Juntos pelo sim), obteve os 62 votos de sua legenda, frente 73 contrários, já que não conseguiu o apoio da CUP (Candidatura de Unidade Popular, de esquerda e independentista), os dois grupos que na segunda-feira passada aprovaram na câmara uma resolução para iniciar o processo independentista desta região.
Com esta segunda rejeição, se abre um prazo de dois meses para realizar mais debates de posse com outros possíveis candidatos e se não se conseguir isso antes do dia 10 de janeiro, teria que se convocar de novo eleições regionais.
O presidente catalão interino ofereceu à CUP que, em troca do apoio a sua posse, estaria disposto a se submeter em dez meses a uma questão de confiança no Parlamento, na qual os 135 deputados poderiam acabar obrigando a investida de outro presidente.
Além disso, lhes propôs um governo presidido por ele mas com três grandes áreas compartilhadas - economia e emprego; Relações Exteriores, institucionais e da transparência; e estado de bem-estar - com outros membros do executivo.
No entanto, a CUP voltou a votar contra, embora tenha avaliado o último "movimento" de Artur Mas e afirmado que vê um acordo mais perto de ser fechado.
Este grupo radical até agora insistiu em sua rejeição a Artur Mas, presidente catalão desde 2010, por sua vinculação a casos de corrupção em seu partido (Convergência) e pela pouca política social que seu executivo realizou em uma época de crise econômica.
Os demais grupos da oposição: Socialistas, Ciudadanos (partido político), PP (centro-direita) e Catalunya Sí que es Pot (esquerda) criticaram o presidente por sua oferta à CUP e sua intenção de conservar o governo a todo custo.
A votação no parlamento catalão aconteceu um dia depois de o Tribunal Constitucional espanhol suspender em caráter provisório e imediato a resolução independentista aprovada na segunda-feira passada pelo legislativo local, deixando seu conteúdo sem validade.
Além disso, o tribunal advertiu 21 altos cargos catalães, entre eles, o chefe do Executivo, Artur Mas; a presidente do Parlamento regional, Carme Forcadell; assim como os membros de Mesa da Câmara e os do Governo, que serão responsabilizados criminalmente se não acatarem a decisão.
Texto atualizado às 12h04.