Theresa May: Primeira ministra britânica recuou sobre saída de Londres da UE (Olivier Matthys/Getty Images)
Reuters
Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 20h23.
Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, ganhou dos parlamentares britânicos um alívio de duas semanas, depois que eles postergaram uma possível rebelião que visava bloquear um Brexit sem acordo quando a premiê concordou com um possível adiamento da saída de Londres da União Europeia.
Mas o Partido Trabalhista, de oposição, anunciou que irá apoiar a realização de uma nova votação pública sobre o Brexit, na primeira vez desde que o Reino Unido escolheu deixar o bloco em 2016 em que uma das principais legendas do país concorda em dar aos eleitores a chance de mudar de opinião.
Após meses dizendo que o Reino Unido precisaria deixar a UE no dia 29 de março, May deixou em aberto, na terça-feira, a possibilidade de uma curta e limitada prorrogação da data de saída.
Isso foi suficiente para evitar um confronto nesta quarta-feira com parlamentares --incluindo ministros de seu próprio governo que tinham dito estar prontos para aderir a uma rebelião nesta semana para evitar uma saída sem acordo do bloco.
O recuo de May tirou muito da força de uma série de votações desta quarta-feira que poderiam ter tirado o controle de todo o processo das mãos do governo.
No final, os parlamentares apoiaram o calendário proposto por May. Mas, isso quer dizer que os cidadãos e as empresas britânicas não saberão como, ou até se, irão deixar a União Europeia até as últimas semanas, ou até dias antes do prazo final.
Depois que o acordo que negociou com líderes europeus foi rejeitado no dia 15 de janeiro na pior derrota parlamentar da história britânica moderna, May espera levar de volta à votação um acordo de retirada revisado, o que pode acontecer já na próxima semana, ou até o dia 12 de março.
Agora, May prometeu que se seu acordo for rejeitado, os parlamentares terão a chance de escolher se querem deixar a União Europeia sem um acordo ou se querem pedir ao bloco uma prorrogação do prazo de retirada.
Parlamentares apoiaram por 502 contra 20 votos uma emenda proposta pela parlamentar da oposição Yvette Cooper com o calendário proposto por May. O governo apoiou a emenda.
Nas votações desta quarta-feira, parlamentares também rejeitaram uma proposta trabalhista por uma união aduaneira permanente com a UE.
Embora o resultado fosse amplamente esperado, o Partido Trabalhista havia dito nesta semana que o fracasso da proposta faria com que a legenda apoiasse a realização de um novo referendo.
"Decepcionado de que o governo tenha rejeitado o acordo alternativo do Partido Trabalhista para o Brexit", disse o porta-voz da legenda, Keir Starmer. "É por isso que o Partido Trabalhista irá apresentar ou apoiar uma emenda a favor de uma votação pública para evitar um prejudicial Brexit conservador."