Mundo

Parlamentares pedem segurança mais rígida após ataque em Berlim

Após o ataque em Berlim, que matou 12 pessoas, Angela Merkel prometeu adotar novas leis, se necessário

Segurança: são pedidos mais poderes para a polícia e as agências de inteligência (Christian Mang/Reuters)

Segurança: são pedidos mais poderes para a polícia e as agências de inteligência (Christian Mang/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 13h35.

Berlim - Políticos dos dois polos da coalizão de governo da Alemanha reagiram ao ataque da semana passada a um mercado natalino pedindo mais poderes estatais para deportar postulantes a asilo rejeitados que sejam potencialmente perigosos, e alguns também pediram uma vigilância mais intensa.

A chanceler alemã, Angela Merkel, cuja política imigratória de portas abertas críticos disseram ter colocado a segurança do país em risco, prometeu adotar novas leis, se necessário, após o ataque em Berlim, que matou 12 pessoas.

O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, suspeito pelo atentado, era um candidato a asilo que escapou da deportação depois que seu pedido foi negado. Ele foi morto a tiros pela polícia da Itália na sexta-feira.

A União Social-Cristã, que congrega os aliados conservadores de Merkel no Estado da Baviera, pediu mais poderes para a polícia e as agências de inteligência e uma melhoria no compartilhamento de dados entre estes organismos.

"Precisamos de novos fundamentos para prender pessoas perigosas", disseram eles em um documento visto pela Reuters e intitulado "Segurança para nossa Liberdade", que irão debater em uma reunião do partido no início do mês que vem.

O documento diz que as agências de inteligência deveriam poder monitorar indivíduos a partir dos 14 anos de idade para evitar a radicalização e pede maiores poderes de detenção de pessoas que devem ser deportadas. Cerca de 550 pessoas estão registradas nos serviços de segurança alemães como potencialmente perigosas.

Pesquisas indicam que a oposição profundamente entranhada dos alemães ao monitoramento estatal, um legado da vigilância generalizada na Alemanha Oriental comunista e na era nazista, pode estar enfraquecendo.

Embora vários políticos dos Verdes venham argumentando, desde o ataque em Berlim, que mais vigilância de locais públicos com câmeras não é a resposta para os problemas de segurança da Alemanha, uma pesquisa da empresa YouGov mostrou que 60 por cento dos cidadãos são favoráveis à medida.

Um vice-líder do Partido Social-Democrata (SPD), parceiro minoritário da coalizão de governo de Merkel que é tradicionalmente mais reticente em temas de segurança, também exigiu a detenção antes da deportação para alguns postulantes a asilo rejeitados.

"Precisamos fazer com que pessoas perigosas não tenham oportunidade de desaparecer", disse Ralf Stegner ao jornal Die Welt. "Qualquer um que ponha a segurança geral em risco não deve ter permissão de ficar à solta."

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAtaques terroristasBerlimSegurança pública

Mais de Mundo

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal