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Parlamentares japoneses visitam santuário polêmico

Santuário homenageia a memória de 2,5 milhões de soldados japoneses mortos pelo país em diferentes conflitos bélicos

Parlamentares japoneses visitam o santuário: local homenageia a memória de 2,5 milhões de soldados japoneses mortos (Kazuhiro Nogi/AFP)

Parlamentares japoneses visitam o santuário: local homenageia a memória de 2,5 milhões de soldados japoneses mortos (Kazuhiro Nogi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 09h26.

Tóquio - Mais de 100 parlamentares japoneses visitaram nesta sexta-feira o santuário Yasukuni de Tóquio por ocasião do festival de outono deste local de culto xintoísta, que China e Coreia do Sul consideram o símbolo do militarismo nipônico do passado.

"É natural que prestemos homenagem e expressemos nossa sincera gratidão às pessoas que sacrificaram suas vidas pelo país", declarou o líder da delegação de 110 parlamentares de vários partidos, o senador Hidehisa Otsuji.

O senador é membro do Partido Liberal Democrata (PLD, direita), presidido pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, como a maior parte dos parlamentares que visitaram Yasukuni.

"É estranho que critiquem os japoneses por práticas comuns em qualquer outro país do mundo", disse.

O santuário homenageia a memória de 2,5 milhões de soldados japoneses mortos pelo país em diferentes conflitos bélicos. A polêmica existe desde a inclusão, em 1978, dos nomes de 14 japoneses condenados por crimes de guerra pelos aliados ao final da Segunda Guerra Mundial.

Abe, um nacionalista notório, enviou uma árvore sagrada, mas não deve visitar o templo no fim de semana.

Atualmente em Milão para a reunião de cúpula ASEM, um fórum entre a Europa e a Ásia, ele teria optado pela discrição para não irritar a China.

O primeiro-ministro japonês espera ter um encontro em novembro com o presidente chinês Xi Jinping, à margem do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Abe visitou Yasukuni pela última vez em dezembro de 2013, para celebrar o primeiro aniversário de seu retorno ao poder, mas depois não repetiu o gesto, considerado uma afronta por Pequim e Seul, cujas relações com Tóquio estão abaladas por litígios territoriais.

A China declarou nesta sexta-feira que estava "alarmada" com a visita dos mais de 100 parlamentares ao santuário.

"A China está profundamente alarmada e se opõe de forma categórica às atividades nefastas do Japão ao redor do santuário Yasukuni", afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores.

O embaixador da China, Cheng Yonghua, voltou a repetir na quarta-feira que "uma justa compreensão por parte do Japão da invasão militar passada e um remorso profundo constituem o elemento essencial para desenvolver e solidificar as relações".

Além das divergências a respeito da II Guerra Mundial, as duas potências asiáticas têm relações particularmente frias desde que, em 2012, Tóquio nacionalizou três das ilhas Senkaku, no mar da China oriental, reivindicadas por Pequim com o nome de Diaoyu.

A Coreia do Sul, que também tem um conflito territorial com o Japão, pede aos japoneses que manifestem arrependimento pela escravidão sexual de dezenas de milhares de mulheres, chamadas de "consolo", em bordéis do exército nipônico durante a ocupação da península.

Os parlamentares conservadores japoneses ignoram a tensão e visitam todos os anos, em grupo, o local de culto, que atrai muitas pessoas durante vários festivais e na data da rendição japonesa, 15 de agosto de 1945.

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