Mundo

Parlamentares do Japão se preparam para possível eleição

Até dezembro, Shinzo Abe deve tomar uma decisão final sobre a possibilidade de elevar o imposto sobre vendas do Japão para 10% no próximo ano, de 8% atualmente


	Shinzo Abe: alguns conselheiros disseram que economia não está pronta para suportar nova alta de impostos
 (Toru Hanai/Reuters)

Shinzo Abe: alguns conselheiros disseram que economia não está pronta para suportar nova alta de impostos (Toru Hanai/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 14h36.

Tóquio - Parlamentares japoneses afirmaram nesta terça-feira que estavam se preparando para possíveis eleições parlamentares já no próximo mês, um cronograma antecipado que poderia dar ao primeiro-ministro Shinzo Abe a chance de firmar o apoio popular sobre suas políticas econômicas.

Até dezembro, Abe deve tomar uma decisão final sobre a possibilidade de elevar o imposto sobre vendas do Japão para 10% no próximo ano, de 8% atualmente.

Este seria o segundo aumento no imposto.

Alguns dos conselheiros de Abe disseram que a economia não está pronta para suportar um novo aumento de impostos agora e o movimento tem oposição de mais de 70% dos eleitores japoneses, segundo as pesquisas dos jornais Asahi e Yomiuri nesta semana.

Analistas e a imprensa japonesa especulam sobre um cenário em que o primeiro-ministro iria atrasar o aumento de impostos e, em seguida, convocar eleições, na esperança de que uma vitória lhe daria um mandato popular.

Muitos legisladores do partido de Abe e funcionários do Ministério das Finanças têm pedido que o aumento de impostos ocorra como planejado, alegando que o Japão precisa agir agora para cortar sua dívida pública.

Em uma entrevista coletiva em Pequim nesta terça-feira, Abe disse que ainda não se decidiu sobre o momento de uma eleição e se recusou a comentar mais.

Líder do partido Komeito, um membro menor da coalizão de Abe, Natsuo Yamaguchi disse que não sabia se a eleição iria acontecer, mas pediu que membros do partido se preparem. "Muitos cenários estão sendo discutidos por aí e é preciso considerar vários fatores e se preparar de acordo", disse .

Toshihiro Nikai, um integrante sênior do Partido Liberal Democrático (LDP), disse que os legisladores devem se preparar para uma campanha rápida. "Precisamos estar preparados para combater o bom combate, para uma vitória esmagadora" do partido, afirmou.

O ministro de Finanças, Taro Aso, minimizou a probabilidade de uma votação antecipada. "A conversa de eleições antecipadas é apenas uma criação da mídia", disse Aso. Ele afirmou que espera que o aumento de impostos ocorra em outubro de 2015, como planejado, porque "isso é o que a lei diz que deve acontecer."

Outros funcionários do governo disseram que, mesmo que uma eleição seja convocada, Abe não pode ir tão longe a ponto de atrasar o aumento de impostos, mas pode simplesmente pedir mais tempo para estudar o assunto.

De acordo com a Constituição do Japão, o primeiro-ministro tem o direito de dissolver, a qualquer momento, a câmara baixa, a mais poderosa de duas casas do parlamento, e convocar eleições. O Partido Liberal Democrático tem agora uma forte maioria na câmara baixa.

Abe disse que vai decidir sobre impostos depois de ver como a economia do Japão cresceu no trimestre de julho a setembro. A primeira estimativa para o Produto Interno Bruto do trimestre será conhecida em 17 de novembro.

O partido de Abe tem mantido o apoio de cerca de 40% dos eleitores nas últimas pesquisas, enquanto a oposição do Partido Democrático do Japão gira em torno de 5%. Com os partidos de oposição ainda fracos e divididos, o LDP seria favorecido para manter o controle, se a votação for realizada em dezembro. Um novo mandato poderia ajudar Abe a levar adiante não só a sua política fiscal, mas também a intensificação da presença militar na região. Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEleiçõesJapãoPaíses ricosPolíticaPolíticosShinzo Abe

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde