Mário Negromonte não conta com apoio de seu partido, o PP (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2011 às 14h37.
Brasília - A denúncia publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo envolvendo o ministro das Cidades, Mario Negromonte, fragilizou ainda mais a situação dele e poderá acelerar a sua saída da pasta. Negromonte não conta com o apoio da maioria do partido, o PP, e sua substituição é dada como certa na reforma ministerial programada pela presidente Dilma Rousseff para o início de 2012.
O ministro está isolado. Em conversas de bastidores, seus adversários não escondiam o contentamento com a denúncia. A avaliação corrente nas bancadas da Câmara e do Senado é que Negromonte não tem nenhum respaldo político para continuar no Ministério.
Um dos poucos que saíram hoje em defesa do ministro foi o ex-líder do partido na Câmara, deputado Nelson Meurer (PR). "Tenho certeza absoluta de que o Negromonte não fez nada de errado", disse Meurer, momentos antes de deixar Brasília. "É preciso analisar a denúncia e ver se antes a obra era mais barata e porque ficou mais cara", afirmou. "É fogo amigo de todo lado", observou o ex-líder.
Denúncia publicada hoje no Estado de S. Paulo aponta que Negromonte aprovou uma fraude produzida para dar respaldo técnico a um acordo político que encareceu um projeto de transporte para a Copa de 2014, em Cuiabá (MT). Documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Vianna, mudou o parecer que vetava uma alteração defendida pelo governo de Mato Grosso. A mudança foi feita a pedido do chefe de gabinete Negromonte, Cássio Peixoto. A troca fez o custo do projeto saltar de R$ 700 milhões, atingindo R$ 1,2 bilhão.