Jean-Marc Ayrault: "Só uma transição política crível permitirá sair da crise na Síria e lutar de forma decisiva contra o terrorismo" (REUTERS/Thomas Richard)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2016 às 10h48.
Paris - O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, fez nesta segunda-feira uma chamada "solene" para instaurar "com urgência" uma trégua na Síria e pediu que a comunidade internacional, especialmente EUA e Rússia, pressionem a favor de uma solução política.
Em comunicado, Aurault lembrou que a comunidade internacional tinha se comprometido para em 1 de agosto fosse alcançado um acordo de transição e lamentou que esse compromisso não tenha se cumprido.
"As negociações de Genebra foram suspensas pela intransigência do regime, apesar da oposição ter feito propostas construtivas. No terreno, a trégua e o direito internacional humanitário são violados constantemente", lamentou.
Ayrault apontou que o regime de Bashar al-Assad e as forças que o apoiam cercaram a cidade de Aleppo, multiplicam os ataques contra civis e hospitais e "forçam os habitantes a deixarem a cidade".
Nesse "contexto dramático", no qual viu como uma armadilha o corredor humanitário porque os que saem de Aleppo "ficam bloqueados na fronteira turca", lançou um "grito de alarme" aos copresidentes do Grupo Internacional de Apoio à Síria.
Em sua carta ao secretário de Estado americano, John Kerry, e ao titular russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, junto ao pedido para restaurar a trégua, a França pediu uma ação contra grupos classificados como terroristas pelas Nações Unidas, sem que isso sirva de pretexto para eliminar "toda oposição ao regime".
"Só uma transição política crível permitirá sair da crise na Síria e lutar de forma decisiva contra o terrorismo", concluiu o comunicado, no qual reitera o apoio da França ao enviado especial da ONU para o conflito, Staffan de Mistura.