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Parentes e amigos de vítimas do MH17 exigem investigação

Familiares e amigos das vítimas holandesas do avião que caiu na Ucrânia tentavam assimilar a trágica perda, e exigiam uma investigação rigorosa


	Destruição após a queda do Boeing 777 malásio em Donetsk, leste da Ucrânia
 (AFP/Getty Images)

Destruição após a queda do Boeing 777 malásio em Donetsk, leste da Ucrânia (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 12h11.

Haia - Os familiares e amigos das vítimas holandesas do avião da Malaysia Airlines que caiu nesta quinta-feira na Ucrânia tentavam assimilar a trágica perda, e exigiam uma investigação rigorosa.

O país amanheceu em estado de choque, com bandeiras a meio mastro como símbolo de luto, pela morte de ao menos 154 passageiros holandeses que estavam no voo acidentado MH17, no qual 298 pessoas viajavam.

A aeronave, um Boeing 777, decolou de Amsterdã e tinha como destino Kuala Lumpur, mas caiu às 14h15 GMT (11h45 de Brasília), cerca de quatro horas depois da decolagem e a 50 quilômetros da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, em uma área controlada por rebeldes separatistas.

"Espero que as autoridades realizem uma investigação exaustiva sobre o que ocorreu", declarou à AFP Sander Esser, que perdeu vários familiares no acidente.

No avião viajavam o irmão de Esser, Peter, de 66 anos, sua esposa, Jolette Nuesink, de 60, e seus dois filhos, Emma, de 20 anos, e Valentijn, de 17.

A foto de Nuesink deu a volta ao mundo depois que seu passaporte, encontrado entre os destroços do avião, foi publicado nas redes sociais com todos os seus dados visíveis.

A família Esser viajava de férias à Ilha de Bornéu, no sudeste asiático, para passar três semanas na selva com um grupo de amigos.

"Falei com meu irmão 20 minutos antes do embarque do voo", declarou Esser abalado, acrescentando entre lágrimas que não podia dizer o que conversaram.

O irmão de Esser era aposentado, havia trabalhado na indústria das telecomunicações holandesa e ainda tinha muitos planos.

A esposa de Peter Esser, Jolette, era uma psicóloga que tinha seu próprio consultório e trabalhava com vítimas traumatizadas pela guerra.

Uma perda para a luta contra a Aids

No voo também estava o ex-presidente da Sociedade Internacional da Aids, Joep Lange, que viajava junto a outros 100 passageiros a Melbourne para a 20ª Conferência Internacional sobre Aids, segundo a imprensa.

"Seu objetivo na vida era a luta contra a Aids", declarou um amigo de Lange, Jaap Goudsmit. "Era um homem bom e não podia suportar ver como tantos jovens morriam por esta doença", acrescentou.

Joep Lange tinha cinco filhos e viajava com a esposa. "É uma grande perda para o mundo da luta contra a Aids, para a Holanda e para mim", disse Goudsmit.

A história de um casal de floristas, Cor Schilder, de 33 anos, e Neeltje Tol, de 30, também deu a volta ao mundo na noite de quinta-feira.

Prestes a embarcar, Cor tirou uma foto do avião e a publicou no Facebook com a legenda: "Se ele desaparecer, era assim que ele era".

Cor, que viajava de férias à Malásia, publicou a foto fazendo uma brincadeira sobre o avião desaparecido há alguns meses da mesma companhia, sem imaginar o trágico destino que o aguardava.

Outra família que estava no avião é a da proprietária de dois conhecidos restaurantes chineses de Roterdã, Jenny Loh, de 54 anos. Ela viajava com sua mãe e seu marido, Shun Po Fan, um chef de 60 anos.

Seu único filho, Kevin, recebeu o resto da família na noite de quinta-feira em um dos restaurantes, o Dim Daily. "Tenho que ser forte por minha família", disse citado pelo jornal Algemeen Dagblad.

Jenny Loh vivia na Holanda há décadas e seus restaurantes receberam boas críticas culinárias.

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