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Paralisação parcial do governo dos EUA pode custar mais do que muro

Com mais 15 dias de paralisação, a Standard & Poor's afirma que a economia americana perderá mais do que os US$ 5,7 milhões pedidos por Trump

Trump se nega a aceitar qualquer proposta orçamentária para destravar o governo que não inclua o financiamento do muro (Justin Sullivan/Getty Images)

Trump se nega a aceitar qualquer proposta orçamentária para destravar o governo que não inclua o financiamento do muro (Justin Sullivan/Getty Images)

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EFE

Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 19h24.

Última atualização em 11 de janeiro de 2019 às 19h28.

Nova York - A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, que completa 21 dias nesta sexta-feira, já gerou um prejuízo de US$ 3,6 bilhões ao país e, caso dure mais duas semanas, as perdas serão de US$ 6 bilhões, o valor exigido pela Casa Branca para construir o muro com o México e motivo para o impasse entre o presidente Donald Trump e a oposição democrata.

O cálculo foi feito pela agência de risco Standard & Poor's. Com mais 15 dias de paralisação, a companhia afirma que a economia americana perderá mais do que os US$ 5,7 milhões pedidos por Trump para as obras do muro na fronteira sul do país.

Em nota enviada aos clientes da agência, a economista-chefe da Standard & Poor's, Beth Ann Bovino, projetou que a paralisação parcial de 25% do governo custa US$ 1,2 bilhões por semana. No entanto, as perdas podem aumentar se não houver acordo entre a Casa Branca e o Congresso para aprovar um novo orçamento.

Esta já é a segunda paralisação mais longa da história dos EUA, só superada na ocorrida durante o mandato de Bill Clinton, em 1995, que durou 22 dias. No domingo, o atual embate entre democratas e republicanos quebraria o recorde anterior.

"O impacto desta paralisação do governo tem custos econômicos diretos e indiretos. Os indiretos incluem férias canceladas nos parques nacionais, museus e monumentos, além de negócios perdidos com empreiteiros que fazem trabalhos para o 'Tio Sam'. Enquanto um fechamento curto poderia não representar mudanças nos planos de negócios, um mais longo poderia sim forçar a redução de pessoal", afirmou a nota assinada pela economista-chefe da agência.

Além disso, durante as três semanas de impasse, milhares de funcionários do governo federal estão sem salário. Eles serão pagos depois de um acordo entre democratas e republicanos, o que não é o caso dos empreiteiros, segundo a S&P, que dificilmente receberão.

"Os trabalhadores terão problemas para chegar ao fim deste mês se isso seguir assim", explicou a economista-chefe da agência, que alerta que os servidores podem não conseguir pagar contas de cartões de crédito, aluguéis e hipotecas.

"Embora alguns desses custos indiretos possam ser recuperados uma vez que o governo esteja funcionando, os custos diretos foram perdidos para sempre. Em termos reais, o PIB será mais baixo já que não se terá produzido nada", completou Beth Ann na análise.

Trump se nega a aceitar qualquer proposta orçamentária para destravar o governo que não inclua o financiamento do muro. Os democratas, por outro lado, se negam a destinar a verba exigida pelo presidente para a construção.

A paralisação afeta cerca de 800 mil funcionários, que estão sem receber salários ou ganharam licença não remunerada. Diferentes órgãos também estão sem recursos, operando de forma parcial.

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