Lugo foi substituído por seu vice-presidente, Federico Franco, no dia 22 de junho deste ano (Norberto Duarte/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2012 às 20h30.
Assunção - O Tribunal Superior de Justiça Eleitoral do Paraguai oficializará nesta terça-feira a convocação para as eleições gerais do dia 21 de abril de 2013, na qual será eleito o sucessor do presidente, Federico Franco, que substituiu em junho o destituído Fernando Lugo.
Nas eleições gerais também serão escolhidos, além do novo presidente e vice-presidente, os senadores e deputados nacionais, parlamentares no Mercosul - bloco do qual o Paraguai está suspenso -, governadores e membros das juntas departamentais.
O Tribunal Eleitoral estabeleceu o período para a apresentação de candidaturas de 10 dezembro até 15 de fevereiro de 2013.
Lugo, cujo mandato foi iniciado em 15 de agosto de 2008, foi destituído através de um julgamento político no Legislativo e substituído por seu vice-presidente, Federico Franco, no dia 22 de junho deste ano.
Hugo Richer, um dos dirigentes da Frente Guasú, que agrupa os partidos minoritários de esquerda que apoiam Lugo, descartou a possibilidade de que o ex-chefe de Estado dispute a candidatura presidencial.
Lugo havia comentado no início do mês sobre uma possível candidatura, embora a Constituição paraguaia não permita a reeleição presidencial.
No entanto, o ex-presidente considera que não finalizou o mandato de cinco anos. Lugo também analisa uma candidatura ao Senado, cargo para o qual está habilitado sem gerar controvérsias.
A atual crise política paraguaia é consequência da suspensão do país do Mercosul e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), organismos que consideram que a expulsão de Lugo do cargo foi uma ''ruptura democrática'' e que afirmam que só reconhecerão o governo eleito pelas eleições gerais.
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) também voltará a se reunir nesta quarta-feira para analisar a situação do Paraguai. A OEA estudou em várias ocasiões a situação do país sul-americano desde a destituição do líder e enviou em julho a Assunção uma missão de observação liderada por seu secretário-geral, José Miguel Insulza, mas até o momento não chegou a um consenso sobre a legitimidade do processo político no país.