Cartes já havia se pronunciado nesse sentido há uma semana em viagem à Espanha e à sede da União Europeia, na Bélgica (Georges Gobet/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2013 às 22h59.
Assunção - O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, que assumirá em 15 de agosto, reiterou nesta terça-feira que seu governo reivindica a presidência pró-tempore do Mercosul como condição para retornar ao bloco e advertiu que se manterá à margem, em caso negativo.
"Nós, como um gesto de boa vontade, pedimos a presidência pró-tempore que nos teria correspondido. Se houver predisposição, adiante, ou, senão, não temos nada a fazer", disse Cartes à imprensa.
"Queremos que nos seja dada a presidência pró-tempore como um gesto de boa vontade. Se não a têm (em referência a seus sócios Brasil, Argentina e Uruguai), não está ao alcance das nossas mãos (retornar ao Mercosul)", acrescentou Cartes, durante a visita a uma fábrica de cabos para automóveis inaugurada hoje, em Itauguá, na periferia de Assunção.
Em tom conciliador, ele disse, porém, que "estamos abertos a qualquer sugestão, se houver alguma outra ideia que respeite o estado de direito do Paraguai e do próprio Mercosul".
Cartes já havia se pronunciado nesse sentido há uma semana em viagem à Espanha e à sede da União Europeia, na Bélgica.
O Paraguai está suspenso do Mercosul desde 29 de junho de 2012, após a cúpula de presidentes de Mendoza (Argentina), em represália pela destituição do ex-presidente Fernando Lugo.
Na sua ausência, os membros originais do bloco admitiram a Venezuela como sócio, fato questionado pelo Paraguai.
O tratado de integração, firmado em Assunção, em 1991, estabelece que, para o ingresso de outro membro que não seja sócio pleno, é necessária a aprovação do Senado dos quatro países, o que não aconteceu com o Paraguai.
"Tudo o que pedimos é o respeito com o Paraguai", concluiu Cartes.
Os atuais membros do Mercosul anunciaram que darão a presidência pró-tempore à Venezuela.