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Paraguai anuncia reformas e aproximação com vizinhos

Desde que Fernando Lugo foi cassado no ano passado, o Paraguai ficou isolado regionalmente ao ser suspenso do Mercosul e da Unasul


	Dilma Rousseff e Horácio Cartes: o novo presidente se mostrou disposto a empreender uma rápida aproximação com os gigantes vizinhos, Argentina e Brasil
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff e Horácio Cartes: o novo presidente se mostrou disposto a empreender uma rápida aproximação com os gigantes vizinhos, Argentina e Brasil (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2013 às 10h20.

Assunção - O novo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, anunciou nesta semana as primeiras reformas, dos sistemas de saúde e penitenciário, e acenou com gestos conciliadores para os países vizinhos do Mercosul.

O presidente viajou hoje a Caazapá, a 200 quilômetros de Assunção, onde inaugurou as 'jornadas de governo' do sábado. Ele pretende dedicar este dia da semana para conhecer as necessidades dos diferentes municípios do país.

Acompanhado pela vice-ministra de Saúde, María Teresa Barán, Cartes partiu com intendentes de Caazapá, que pediram caminhos para que os produtores possam escoar seus produtos, e visitou o centro de atenção à saúde para conhecer seu funcionamento, segundo a agência IP.

A reforma do sistema de saúde foi o primeiro anúncio do governo, feito na sexta-feira, após a posse de Antônio Barrios, médico pessoal de Cartes, como ministro da Saúde.

A rede de saúde pública 'está em crise, há uma desordem e descontentamento generalizado, com funcionários desmotivados que ameaçam com interrupções ou greves', disse o novo ministro em comunicado do Ministério.

Barrios quer reformar a rede de atenção primária iniciada pelo ex-presidente Fernando Lugo (2008-2012) em todo o país, dando, pela primeira vez, acesso universal gratuito à saúde aos cidadãos paraguaios.

O novo ministro pretende integrar os centros ambulatoriais estabelecidos por Lugo nas pequenas localidades do país com o resto de serviços de atendimento público, como o Instituto de Previdência Social (IPS), que atualmente cobre 1,2 dos 6,5 milhões de paraguaios, para terminar 'com a dicotomia que até agora existe'.


A ministra da Justiça e Trabalho, Sheila Abed, anunciou ao assumir o comando da pasta que vai redesenhar o sistema penitenciário, tanto na infra-estrutura, alimentação e situação processual.

'Vamos olhar de perto para conhecer a situação dentro das penitenciárias', antecipou Abed, que terá que buscar soluções para uma rede totalmente saturada, na qual 90% dos presos estão detidos de maneira preventiva.

Um dos objetivos do governo é montar um plano de investimentos em infra-estrutura, tanto na rede de transporte como na energética e de saneamento, que custaria quase US$ 10 bilhões pela próxima década, segundo cálculos do ministro de Obras Públicas, Ramón Jiménez Gaona.

No plano internacional, o presidente e o ministro das Relações Exteriores, Eladio Loizaga, se mostraram dispostos a empreender uma rápida aproximação com os gigantes vizinhos, Argentina e Brasil.

Desde que Fernando Lugo foi cassado no ano passado e substituído por seu vice-presidente, Federico Franco, o Paraguai ficou isolado regionalmente ao ser suspenso do Mercosul e da Unasul.

A suspensão terminou no dia da posse de Cartes, eleito em abril, que anunciou ontem na sua primeira coletiva que 'em pouco tempo' visitará o Brasil e elogiou a decisão do país de pedir o consentimento para um novo embaixador em Assunção.

Cartes também foi convidado a visitar Argentina, 'a fim de passar em revista todos os temas da relação bilateral, com enfase na estrutura fronteiriça', informou a Chancelaria paraguaia.

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