São Paulo - Há 16 anos, a cidade Paragominas, no Pará, sofria com a degradação ambiental, poluição dos cursos de água, baixa biodiversidade e uma série de problemas ligados à expansão das propriedades rurais. Não mais. A cidade, que já foi uma das campeãs em desmatamento no país, agora virou sinônimo de preservação e desenvolvimento sustentável. A transformação começou de baixo, a partir de um pacto social para persuadir os agricultores de que preservar também dá dinheiro.

“Convencemos a sociedade do município de que era necessário dar incentivo financeiro para os produtores trocarem a prática da pastagem em suas propriedades pela preservação de áreas verdes”, conta o advogado e prefeito Adnan Demachki, que participou do EXAME Fórum Sustentabilidade nesta segunda em São Paulo.

Com o tempo, o projeto que nasceu de um pacto social foi ampliando parcerias com o poder público, instituições e com a iniciativa privada. Em seguida, Paragominas resolveu ser o primeiro município do Pará a monitorar e fiscalizar o desmatamento, em uma parceria com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). No período de um ano, houve redução de quase 90% no desflorestamento. Em março de 2010, o Ministério do Meio Ambiente anunciou a retirada de Paragominas da lista dos maiores desmatadores da Amazônia.

Atualmente, a cidade possui 66% de florestas preservadas e vasta extensão de Áreas de Proteção Permanente em propriedades voltadas para agropecuária. Inspirados na transformação social e ambiental de Paragominas, outros 94 municípios paraenses desenvolvem hoje iniciativas semelhantes ao projeto de desenvolvimento sustentável da cidade.

“Antes, para crescer, nós destruíamos a floresta. Agora, somos o município que mais restaura áreas verdes na Amazônia”, orgulha-se Demachki. A importância de preservar o meio ambiente é difundida por um programa de educação ambiental nas escolas. “Está e a nossa missão, convergir braços e mentes em prol do desenvolvimento social e da preservação do meio ambiente”, resume.