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Para Trump, rompimento com Catar mostra que sua viagem compensou

A campanha para isolar o Catar está prejudicando o comércio de commodities, do petróleo a metais e alimentos

Trump em visita a Arábia Saudita: "Tão bom ver que a visita à Arábia Saudita com o Rei e 50 países já está compensando" (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump em visita a Arábia Saudita: "Tão bom ver que a visita à Arábia Saudita com o Rei e 50 países já está compensando" (Jonathan Ernst/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de junho de 2017 às 16h29.

Última atualização em 6 de junho de 2017 às 17h35.

Doha/Dubai - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentando uma crise profunda entre Estados árabes, disse nesta terça-feira que sua viagem ao Oriente Médio "já está compensando" porque governos locais endureceram com o Catar sob a acusação de que este financia grupos militantes.

A campanha para isolar o Catar está prejudicando o comércio de commodities, do petróleo a metais e alimentos, e aprofundando os temores de um possível choque no mercado global de gás, no qual o pequeno país do Golfo Pérsico tem papel destacado.

Os comentários ásperos de Trump apontam o discurso anti-islâmico que ele fez em uma visita a Riad em maio como a inspiração da decisão de potências árabes de cortar os laços e as relações de transporte com o Catar em protesto contra o dizem ser seu apoio ao terrorismo.

"Tão bom ver que a visita à Arábia Saudita com o Rei e 50 países já está compensando. Eles disseram que iriam adotar uma postura rígida com o financiamento do extremismo, e todas as referências estavam apontando para o Catar. Talvez isto seja o começo do fim do horror do terrorismo!", escreveu Trump no Twitter.

Na verdade, autoridades dos EUA foram surpreendidas pela decisão saudita de cortar os laços diplomáticos com o Catar em um gesto coordenado com o Egito, os Emirados Árabes Unidos e o Barein, disseram funcionários antigos e atuais em Washington à Reuters.

As colocações de Trump a respeito da discórdia entre o Catar e outras nações árabes devido a seu suposto apoio ao Irã e a grupos islâmicos vieram no momento em que o líder do Kuweit viajava à Arábia Saudita para tentar mediar a crise.

Ele disse, em uma referência aparente à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, que líderes com que se encontrou durante sua viagem o alertaram que o Catar está financiando uma "ideologia radical" depois que Trump exigiu que eles ajam para deter o patrocínio dos militantes.

O Catar nega veementemente as acusações.

Na segunda-feira, autoridades norte-americanas disseram que seu país irá tentar acalmar as tensões entre a Arábia Saudita e o Catar discretamente, dizendo que este último é importante para seus interesses militares e diplomáticos.

Cerca de 8 mil efetivos militares dos EUA estão baseados em Al Udeid, no Catar, a maior base aérea norte-americana no Oriente Médio e local de preparativos de ataques que lidera contra o Estado Islâmico, que tomou partes da Síria e do Iraque.

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