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Para Kirchner, Argentina está melhor que o Canadá

Segundo a presidente, economia de seu país está melhor que a do Canadá e da Austrália


	Presidente da Argentina, Cristina Kirchner: presidente destacou que a economia argentina cresceu 5,1% no primeiro semestre, comparado com igual período de 2012
 (Michele Tantussi/Bloomberg)

Presidente da Argentina, Cristina Kirchner: presidente destacou que a economia argentina cresceu 5,1% no primeiro semestre, comparado com igual período de 2012 (Michele Tantussi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 20h57.

Buenos Aires - A economia da Argentina está melhor que a do Canadá e da Austrália, na opinião da presidente Cristina Kirchner. Durante solenidade em Rio Gallegos, na Patagônia, nesta quarta-feira (21), Cristina comparou a economia dos três países e disse que a Argentina tem melhor desempenho. Fiel ao seu estilo provocativo, Cristina disse que escolheu Austrália e Canadá para comparar porque os países latino-americanos sempre "têm uma coisinha assim... como que não estão na onda, não são tão cool".

Ela destacou que a economia argentina cresceu 5,1% no primeiro semestre, comparado com igual período de 2012, conforme números do questionado Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). E, com isso, obteve melhor desempenho macroeconômico que os dois países mencionados. "Os títulos da imprensa dizem que nossas contas não fecham. Isto é para que lidemos com números objetivos", iniciou a longa comparação.

"Dizem que estamos ficando sem reservas. Contamos com US$ 37 bilhões; Austrália tem US$ 53 bilhões e Canadá US$ 69 bilhões. Em relação ao PIB estes US$ 37 bilhões representam 7,8%. Os US$ 53 bilhões da Austrália representam 3,3%. Austrália tem menos da metade das reservas que temos, com um PIB muito mais alto e ninguém coloca em discussão sua solvência fiscal", disparou. Sobre as reservas canadenses, Cristina destacou que significam 3,8% de seu PIB. "Ninguém coloca em dúvida a solvência da Argentina, mas todos os dias classificadoras de risco e gurus da economia questionam as reservas argentinas", reclamou.

"Estamos mais que bem", insistiu, esclarecendo que a inflação não repercute de forma negativa no bolso dos argentinos. O governo afirma que a inflação anual é de 10,9%, enquanto os institutos privados apontam alta de 25%. Ainda na comparação, ela disse que a dívida argentina em relação ao PIB, em 2012, representou uma média de 13,7%, enquanto as dívidas australiana e canadense representaram 27% e 86%, respectivamente. Porém, Cristina não mencionou que os mercados voluntários de dívida permanecem fechados para a Argentina desde o default de 2001.

A presidente também mencionou a dependência da economia argentina do Brasil. "Argentina depende de seu grande sócio comercial que é o Brasil e isso é apresentado, muitas vezes, como uma debilidade, mas não existe nenhum país do mundo que não dependa de seus sócios comerciais, exceto os EUA", afirmou.

Represas

O discurso da presidente foi proferido durante solenidade de concessão de obras de construção das usinas hidrelétricas presidente Néstor Kirchner e governador Jorge Cepernic, em Santa Cruz, ao consórcio integrado por Electroingeniería S.A, China Gezhouba Group Company Limited e Hidrocuyo S.A, no valor de 22,9 bilhões de pesos (cerca de US$ 4 bilhões). Uma das principais candidatas à licitação de tais obras era a brasileira OAS, que teria financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"O clima político ruim entre as duas presidentes derrubou o financiamento", reconheceu uma fonte da construtora, em rápida conversa com o Broadcast. Sem entrar em detalhes, a fonte afirmou que a empresa investiu recursos para apresentar-se à licitação e o próprio ministro de Planejamento, Julio De Vido, esteve no Brasil em duas oportunidades para negociar o financiamento do BNDES. A imprensa argentina afirma que a empresa argentina Electroingenieria foi beneficiada pelo governo no processo de licitação. No discurso, Cristina alegou que tudo foi feito "com total transparência". "As obras públicas não se ganham com lobby ou com denúncias contra outras empresas", disse ela. (Marina Guimarães, correspondente)

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