Fogos de artifício em Washington D.C., no Dia da Independência em 2011 (Hyungwon Kang/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2012 às 07h23.
Washington - Os americanos se preparam para comemorar este 4 de julho, o Dia da Independência dos Estados Unidos, com churrasqueiras e bandeiras, mas neste ano a seca e a onda de incêndios na parte oeste privarão alguns estados dos tradicionais fogos de artifício.
Os americanos, tanto nas grandes cidades como no campo, costumam comemorar o Dia da Independência entre familiares e amigos com a luz e o estrondo de um espetáculo pirotécnico. Entretanto, este ano será diferente em alguns condados e cidades do centro-oeste (Arizona, Novo México, Utah, Wyoming, Montana e Colorado), onde as autoridades locais emitiram normas temporárias para restringir o uso de foguetes e explosivos.
No Colorado, onde nas últimas semanas aconteceu o incêndio mais destrutivo de sua história, o governador John Hickenlooper proibiu o uso fogos de artifício para comemorações privadas em todo o estado 'devido às condições muito secas e ao alto perigo de incêndio. A proibição também impede fogueiras em lugares que não estejam habilitados especificamente para churrascos.
'Não podemos eliminar totalmente as ameaças dos incêndios naturais porque não há nenhum controle sobre a mãe-natureza, mas podemos tomar medidas para reduzir a ocorrência desses incêndios', destacou Hickenlooper.
No entanto, dada a ocasião, a proibição não é total e aceita os fogos de artifício organizados por profissionais nos municípios quando 'estiverem autorizados por escrito pelo oficial de Justiça do condado'.
Mas de acordo com as autoridades, é preciso concentrar esforços para conter os incêndios florestais, e não há contingente para atender a novas queimadas, especialmente se podem ser evitadas.
Os números falam por si mesmos, e, segundo os últimos dados disponíveis da National Fire Protection Association, em 2010 os fogos de artifício causaram 15,5 mil incêndios, incluídos 1,1 mil edificações, 300 veículos e 14 mil incêndios no exterior.
Outros estados do oeste que também foram afetados por uma temporada de incêndios antecipada, como Utah, aderiram às restrições, já que 'o perigo de incêndio e sua propagação estão extremamente altos neste ano', advertiu o Departamento de Saúde americano.
No Novo México, onde em maio um incêndio florestal consumiu 50 mil hectares, a governadora Susana Martínez lançou uma campanha para proibir os fogos de artifício, embora até agora esta seja uma decisão dos municípios.
Por enquanto, mais da metade dos 33 condados que formam o estado impuseram restrições e pediram aos cidadãos que participem de eventos organizados pelas autoridades locais e evitem realizar celebrações próprias.
Em Indiana, embora o governador não tenha imposto restrições em todo o estado, alguns eventos comunitários foram adiados e a Orquestra Sinfônica de Indianápolis anulou a apresentação com fogos de artifício de fundo com a qual costuma celebrar a data.
O prefeito de Indianápolis, Greg Ballard, assinou uma ordem na qual proíbe o uso de fogos de artifício durante sete dias, cujo descumprimento pode acarretar uma multa de US$ 2,5 mil.
Em estados como Nova York, Nova Jersey, Delaware e Massachusetts, está proibida a venda e o uso de fogos de artifício, enquanto, no último mês de janeiro, Michigan e Maine os legalizaram.
Os comerciantes se queixaram das proibições e apelam ao bom senso para fazer bom uso dos instrumentos pirotécnicos.
Em Wyoming, o comerciante Roland St. Pierre, encarregado de uma loja de fogos de artifício em Cheyenne, disse ao jornal local 'Star-Tribune' que, nas semanas que precedem o 4 de julho, costumavam atender entre 100 e 150 pessoas por dia, e neste ano apareceram só entre 10 e 15.
'Nossas vendas caíram pelos incêndios', ressaltou Pierre, cujo condado autoriza os foguetes que contenham menos de 0,25 grama de explosivos como petardos e bombinhas, apesar de a Prefeitura ter desaconselhado.
Segundo a American Pyrotechnics Association, em 2011 os americanos gastaram US$ 649 milhões em fogos de artifício.