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Para Espanha, Europa deveria avaliar novos poderes para BCE

O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, disse que Europa deveria buscar uma mudança, para um maior alinhamento com outras autoridades monetárias do mundo

Mariano Rajoy: "eu acredito que na Europa, entre todos nós, deveríamos avaliar se o BCE deveria ter os mesmos poderes do resto dos bancos centrais do mundo", disseo primeiro-ministro da Espanha em entrevista à imprensa. (REUTERS/Susana Vera)

Mariano Rajoy: "eu acredito que na Europa, entre todos nós, deveríamos avaliar se o BCE deveria ter os mesmos poderes do resto dos bancos centrais do mundo", disseo primeiro-ministro da Espanha em entrevista à imprensa. (REUTERS/Susana Vera)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2013 às 16h48.

Madri - O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, disse nesta segunda-feira que a Europa deveria buscar uma mudança nos poderes do Banco Central Europeu (BCE), na direção de um maior alinhamento com outras autoridades monetárias do mundo.

"Eu acredito que na Europa, entre todos nós, deveríamos avaliar se o BCE deveria ter os mesmos poderes do resto dos bancos centrais do mundo", disse Rajoy em entrevista à imprensa.

"Nós devemos nos dar os instrumentos que outros países têm", disse ele, ao responder a uma pergunta sobre a mudança recente de política monetária do BC do Japão.

O tratado de fundação do BCE dá ao banco o mandato fundamental de estabilidade de preços, com o objetivo do Conselho Diretor de ter uma inflação perto, mas abaixo, de 2 por cento ao ano.

O tratado também determina que o BCE pode, se a estabilidade de preços permitir, também "dar suporte a políticas econômicas gerais". Qualquer mudança ao mandato do BCE terá que ser assinado por todos os 27 membros da União Europeia.

Durante a crise da dívida da zona do euro, tem havido pedidos para ampliar esses poderes, mas a Alemanha tem buscado abafar qualquer discussão sobre o tema, inclusive uma tentativa da França mais cedo neste ano.

Mas a onda de estímulo monetário divulgado na quinta-feira pelo BC do Japão reanimou essas discussões.

O presidente do Federal Reserve de Atlanta e membro do comitê de política monetária do Fed, Dennis Lockhart, observou recentemente que o movimento do Bando do Japão deixou o BCE com a política econômica menos acomodatícia entre os três grandes bancos centrais do mundo desenvolvido.

Alguns outros bancos centrais importantes têm um mandato mais flexível. Por exemplo, o norte-americano Federal Reserve tem o mandato duplo de manter baixa tanto a inflação quanto a taxa de desemprego.


O BCE tem prometido dar suporte aos preços dos títulos da dívida de países da zona do euro que pedirem ajuda internacional. Mas diferentemente do BC japonês e outros bancos centrais, seu arsenal de medidas de estímulo não inclui atualmente um programa de 'quantitative easing' de compras de títulos soberanos.

Na semana passada, o presidente do BCE, Mario Draghi, descartou tal opção e disse que isso cabe aos Estados.

"Acho que é preciso ter ciência do que o BCE pode fazer e o que não pode. Não podemos substituir capital que está faltando no sistema bancário. Isso está bem claro. Não podemos compensar a falta de ação de governos", disse Draghi.

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