Bo Xilai no Congresso Nacional do Povo, em Pequim: Até o escândalo, ele era um firme candidato a fazer parte do Comitê Permanente (Liu Jin/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2012 às 20h19.
Pequim - O governo chinês declarou nesta terça-feira que as autoridades comunistas ''já tomaram uma resolução'' sobre o caso do britânico Neil Heywood - quando condenou a esposa do ex-líder Bo Xilai, Gu Kailai, por seu assassinato -, mas evitou responder se o empresário falecido colaborava com espiões do Reino Unido.
Foi o que disse hoje o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hong Lei, em entrevista coletiva em Pequim, em que foi questionado pelo artigo publicado ontem no ''Wall Street Journal'' que alega que Heywood vazou informações dos serviços secretos britânicos sobre Bo Xilai um ano antes de morrer.
Hong se limitou a dizer que o caso já ''está resolvido'', apesar de que ainda falta ser divulgado o destino de Bo Xilai, acusado pelo Partido Comunista (PCCh) de encobrir o crime de sua esposa, e investigado atualmente pela Procuradoria.
Segundo a versão oficial, Heywood foi envenenado por Kailai e seu assistente doméstico em um hotel de Chongqing há um ano, cidade na qual Bo era o secretário-geral (cargo máximo) do PCCh até cair em desgraça.
As investigações das autoridades chinesas concluíram em agosto que Kailai, que confessou sua culpa no julgamento, envenenou Heywood após várias disputas econômicas e ao sentir que seu filho, Bo Guagua, estava sob ameaça.
Os dados do jornal americano apontam que Heywood se reunia habitualmente com um agente dos serviços secretos britânicos na China e lhe fornecia informações sobre os assuntos privados dos Bo, além de sugerir sua indiscrição ao dirigir um luxuoso Jaguar com ''007'' na placa.
Até o escândalo, Bo Xilai era um firme candidato a fazer parte do Comitê Permanente - órgão máximo de poder - na reunião que está prestes a começar na China, e da qual sairão nomeados os líderes da próxima década.