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Para Casa Branca, Brasil 'papagueia propaganda russa e chinesa' sobre Ucrânia

O Brasil não se somou aos países ocidentais na adoção de sanções contra a Rússia e tem negado pedidos para fornecer munição à Ucrânia

Lula: presidente quer fazer do Brasil um mediador não alinhado do conflito (AFP/AFP)

Lula: presidente quer fazer do Brasil um mediador não alinhado do conflito (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de abril de 2023 às 19h30.

A Casa Branca criticou duramente o Brasil nesta segunda-feira, 17, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante viagem à China, que os Estados Unidos estão encorajando a guerra na Ucrânia.

"Neste caso, o Brasil está papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto", disse a jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby.

Durante visita a Pequim, no sábado, onde se reuniu com seu contraparte chinês, Xi Jinping, Lula disse que "é preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra [na Ucrânia] e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz".

As declarações internacionais sobre a Guerra da Ucrânia

Estas declarações ecoaram o posicionamento usado com frequência por Moscou e Pequim, que culpam o Ocidente pela guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, quando forças russas invadiram o país vizinho na tentativa de derrubar o governo democraticamente eleito do presidente Volodimir Zelensky, e anexar trechos deste país pró-ocidental.

O Brasil não se somou aos países ocidentais na adoção de sanções contra a Rússia e tem negado pedidos para fornecer munição à Ucrânia.

Nesta segunda, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse no Brasil, ao iniciar um giro pela América Latina, que a Rússia está "agradecida aos nossos amigos brasileiros por seu entendimento claro da origem da situação [na Ucrânia]".

A estratégia de Lula

Lula quer fazer do Brasil um mediador não alinhado do conflito.

Mas Kirby afirmou que a mensagem de Lula a respeito da guerra foi "profundamente problemática".

Washington não faz "qualquer objeção a qualquer país que queira tentar pôr fim à guerra", afirmou.

"Obviamente, queremos que a guerra acabe", disse Kirby. "Isto pode acontecer hoje, agora, se o senhor [presidente russo, Vladimir] Putin parar de atacar a Ucrânia e retirar suas tropas."

"Os últimos comentários feitos pelo Brasil de que a Ucrânia deveria considerar formalmente ceder a Crimeia como uma concessão à paz são simplesmente equivocados, especialmente para um país como o Brasil, que votou em sustentar os princípios de soberania e integridade territorial [nas Nações Unidas]", frisou.

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