Rimsha: a polícia acusou o imã de uma mesquita próxima da residência da jovem de ter introduzido pessoalmente páginas do Alcorão entre os papéis queimados (Farooq Naeem/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2012 às 15h03.
Islamabad - A justiça paquistanesa abandonou as acusações contra Rimsha, uma jovem cristã acusada de ter profanado o Alcorão, um caso que provocou grande comoção no país e no exterior.
O Tribunal de Islamabad "anulou o caso, declarando Rimsha inocente", declarou à AFP Akmal Bhatti, um dos advogados da jovem, libertada após o pagamento de fiança em setembro e colocada em prisão domiciliar com a família.
Rimsha, uma jovem analfabeta de 14 anos, segundo os médicos que a examinaram, foi acusada em agosto por vizinhos de ter queimado folhas nas quais estavam escritos versículos do Alcorão, crime que pode ser punido com a prisão perpétua no Paquistão, de acordo com a lei sobre a blasfêmia.
O caso teve uma virada espetacular quando a polícia acusou o imã de uma mesquita próxima da residência da jovem de ter introduzido pessoalmente páginas do Alcorão entre os papéis queimados, que haviam sido levados por um vizinho, com o objetivo de "expulsar" os cristãos de um bairro de Islamabad.