"Papandreou declarou que não liderará o novo governo", afirmou uma nota da presidência grega (Vladimir Rys/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h55.
Atenas - O primeiro-ministro grego, George Papandreou, aceitou deixar o poder neste domingo para permitir a formação de um governo de coalizão com mandato limitado entre socialistas e conservadores.
A formalização do acordo será feita nesta segunda-feira. A decisão foi anunciada após encontro entre o primeiro-ministro, o líder do oposicionista Nova Democracia, Antonis Samaras, e o presidente do país, Karolos Papoulias.
'Papandreou declarou que não liderará o novo governo', afirmou uma nota da presidência do país. A renúncia do líder do Pasok não foi uma surpresa: Samaras condicionou a formação de um novo governo à saída do primeiro-ministro e o próprio Papandreou se mostrou disposto a deixar o cargo.
'Repeti isso várias vezes e volto a dizer que não me interessa permanecer como primeiro-ministro', insistiu Papandreou horas antes de reunião com o Conselho de Ministros.
Dessa forma, os líderes acertaram cumprir o plano de ajuda à Grécia feito com a União Europeia (UE) e o FMI em 26 de outubro, e a formar um governo de coalizão que ficará no poder até a realização de novas eleições.
Papandreou e Samaras voltarão a se reunir nesta segunda-feira para estabelecer as condições do acordo de Bruxelas. Além disso, será feita uma nova reunião com os líderes políticos do país para determinar a composição do novo governo e quem será o novo premier.
Enquanto isso, a imprensa especula os nomes que poderiam assumir o cargo, como o do ex-vice-presidente do Banco Central Europeu. O novo governo terá pela frente a urgente tarefa de implementar o acordo com a UE e o FMI, que prevê o perdão de 50% (100 bilhões de euros) da dívida grega, e que destina 130 bilhões de euros para salvar a economia do país.
A condição para a ajuda externa é a aplicação de medidas de austeridade. Espera-se que o ministro interino de Finanças da Grécia, Vangelis Venizelos, continue no cargo e que represente o país na reunião de amanhã com o Eurogrupo. Além disso, ele deve permanecer no posto de vice-presidente.
Só depois de acertado todos os detalhes é que será fixada a data das novas eleições. O ND queria que o pleito acontecesse já no início de dezembro. O Pasok quer que as eleições sejam em fevereiro de 2012.
O Partido Comunista KKE e a Coalizão de Esquerda (Syriza), ambos opositores e minoritários, com 21 e 9 cadeiras, respectivamente, pediram eleições imediatas. Uma vez concluídas todas as negociações, o Parlamento dará o voto de confiança ao novo governo.