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Papademos consegue apoio parlamentar para programa econômico

Novo governo grego conseguiu a aprovação de 255 dos 300 deputados do país

O primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, recebeu a aprovação do parlamento (Ralph Orlowski/Getty Images)

O primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, recebeu a aprovação do parlamento (Ralph Orlowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2011 às 17h24.

Atenas - O governo de união nacional da Grécia passou nesta quarta-feira por sua primeira prova, ao conseguir com folga o respaldo parlamentar ao programa econômico que pretende salvar o país da quebra, uma tarefa que o primeiro-ministro Lucas Papademos definiu como 'titânica'.

Uma maioria de 255 deputados em uma câmara de 300 cadeiras apoiou o novo Executivo, que une os socialistas do Pasok, os conservadores da Nova Democracia e os ultradireitistas do LAOS. Cinco deputados de outras formações minoritárias também respaldaram o governo.

Os 38 votos contra vieram dos partidos de esquerda, que pediram eleições imediatas, de dois deputados do Pasok e de um terceiro da Nova Democracia, que quebraram as instruções de voto de suas formações.

Alguns legisladores dos dois partidos majoritários expressaram suas divergências por governar junto com um ministro do ultradireitista LAOS, enquanto outros manifestaram seu desacordo com as medidas de austeridade que afundaram o país na recessão e aumentaram o desemprego em 18%.

Com esses desacordos, os conservadores expulsaram dois deputados, o que reduz sua força parlamentar de 85 a 83 cadeiras. Antes do voto de confiança, Papademos declarou que com o apoio parlamentar 'o novo governo assumirá uma tarefa titânica que requer sangue frio'.

O novo gabinete de 100 dias, que conta com o respaldo de três em cada quatro gregos, deve validar e começar a aplicar os acordos do segundo resgate financeiro pactuado com a União Europeia (UE) que salvará o país de uma moratória.

Para isso, além do voto de confiança, os partidos que constituem o governo de salvação nacional devem se comprometer com um programa de medidas e reformas impopulares com os parceiros europeus.

Papademos declarou que 'para manter a ajuda financeira, não se pede apenas o compromisso de parte do governo, que é de curta duração, mas se pede também o compromisso verbal de parte dos líderes dos partidos políticos que o formam'.


A mensagem de Papademos é dirigida ao líder conservador, Antonis Samarás, que insiste em não ratificar o compromisso, alegando que sua palavra é 'suficiente' e rejeitando possíveis novas medidas de austeridade.

'Que garantias maiores são necessárias a favor do governo, junto com a nossa palavra? As votações têm valor constitucional e institucional, além de um compromisso escrito e pessoal', declarou Samarás nesta quarta-feira no Parlamento.

Cumprir com este requisito é uma condição para que a Grécia obtenha 8 bilhões de euros pendentes do primeiro resgate de 2010, no valor de 110 bilhões de euros, e que o país necessita antes de 15 de dezembro para evitar a quebra.

Papademos afirmou que uma vez cumprido o objetivo do governo de assegurar o novo pacote de ajuda de 130 bilhões de euros para a Grécia até 2014 e a redução de 50% de sua dívida privada, com um perdão de 100 bilhões de euros, 'serão convocadas imediatamente eleições legislativas'.

'Uma vez que seja alcançada uma situação de estabilidade e segurança, serão convocadas as eleições para que um novo governo continue com a obra do reajuste do país', disse Papademos.

Ele ressaltou que 'cada um dos votos a favor é equivalente a uma decisão responsável para que não esteja em perigo a permanência da Grécia na zona do euro e para o progresso da economia'.

'Os problemas piorarão se a Grécia não participar da zona do euro', afirmou Papademos, ao se referir às consequências sobre salários e previdência de uma eventual saída da moeda única.

O governo deve apresentar na sexta-feira no Parlamento os orçamentos de 2012 para aprová-los nos próximos dias, o que junto com o voto de confiança no Parlamento deve liberar os 8 bilhões de euros pendentes.

Papademos também começou nesta quarta-feira seus contatos com o diretor-geral do Instituto Internacional de Finanças, Charles Dallara, sobre a participação dos bancos europeus na redução de 50% dos 206 bilhões de euros de dívida grega em mãos privadas e continuará com essas negociações com os parceiros europeus no dia 21 em Bruxelas. EFE

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