O Papa Francisco garantiu que vazamentos não impedirão as reformas que quer realizar (Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2015 às 11h07.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco tachou neste domingo de "ato deplorável" a subtração de documentos sigilosos do Vaticano e garantiu que isto não o impedirá de continuar com as reformas que quer realizar.
"Quero dizer, antes que nada, que roubar estes documentos é um crime. É um erro. É um ato deplorável e que não ajuda", disse ele em sua mensagem após a reza do Ângelus, ao se referir ao vazamento de documentos financeiros do Vaticano, que foram publicados em dois livros, e pelos quais foram detidos no fim de semana passado o padre espanhol Lúcio Ángel Vallejo Balda e a italiana Francesca Chaouqui.
Após o Ângelus, o papa se dirigiu aos fiéis e disse: "Eu sei que muitos de vocês estão preocupados com a notícia que circulou nos últimos dias sobre documentos confidenciais da Santa Sé que foram roubados e publicados".
Francisco indicou que ele mesmo havia "pedido esse estudo" (sobre as finanças) e que tanto ele quanto seus colaboradores "conheciam bem" os papéis. E garantiu: "já foram tomadas medidas que estão dando frutos".
"Mas deixe-me ser claro: aqueles que cometem este crime não vão parar meu trabalho para a reforma", acrescentou o pontífice.
Ele pediu aos fiéis que rezem por ele e pela Igreja "sem se abalar e seguindo adiante com confiança e esperança".
O caso "Vatileaks 2" explodiu no último dia 2 quando foi comunicada a detenção do sacerdote espanhol e da italiana. Ambos estão à espera do fim das investigações preliminares e da formulação das acusações.
No comunicado do Vaticano da segunda-feira passada foi destacado que "as investigações continuavam" e que "a divulgação de notícias e documentos sigilosos é um crime" contemplado na legislação do Vaticano. A pena prevista é de até oito anos de reclusão.