Papa Francisco: “Não queremos mais ver tragédias familiares nas quais as crianças morrem de frio ou em incêndios”, disse (REUTERS/Giampiero Sposito)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2015 às 12h40.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco repudiou a xenofobia e a discriminação contra os ciganos da Europa nesta segunda-feira, mas disse que eles também precisam fazer a sua parte respeitando a lei e mandando seus filhos para a escola.
O pontífice fez os comentários durante uma audiência com vários milhares de povos itinerantes, como os sinti, marcada por danças coloridas de estilo flamenco e música tradicional de violinos e violão espanhol.
O papa, que visitou vários campos de nômades nos arredores de Roma desde sua eleição em 2013, criticou a situação precária na qual muitos deles vivem.
“Não queremos mais ver tragédias familiares nas quais as crianças morrem de frio ou em incêndios”, disse.
Ao defender o direito de manter sua cultura, o papa afirmou: “Chegou a hora de extirpar os preconceitos, as concepções equivocadas e a desconfiança mútua que já duram séculos e que com frequência estão na raiz da discriminação, do racismo e da xenofobia.” Mas ele também declarou que os ciganos cristãos precisam fazer o seu papel, “evitando tudo que não seja digno deste nome: falsidade, fraude, trapaças, lutas”.
Ele ainda mencionou o tráfico de drogas, o tráfico humano e o abuso de crianças ciganas, muitas das quais mendigam nas ruas das grandes cidades europeias.
Francisco disse que, embora o Estado tenha que garantir a educação, é “tarefa dos adultos fazer com que as crianças vão à escola”.