Mundo

Papa quer debater mudanças na família "com total liberdade"

Cardeal próximo ao sumo-pontífice afirmou que Francisco quer que a Igreja Católica "se abra"

Papa Francisco: líder da Igreja Católica quer debate aberto sobre novos modelos de família (Vincenzo Pinto/AFP)

Papa Francisco: líder da Igreja Católica quer debate aberto sobre novos modelos de família (Vincenzo Pinto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 15h22.

Cidade do Vaticano - O Papa Francisco quer que os bispos de todo o mundo debatam com total liberdade o novo modelo de família, um gesto novo e global para que a igreja caminhe com a História, disse nesta sexta-feira o cardeal Lorenzo Baldisseri.

O italiano, entre os mais próximos do pontífice argentino, ilustrou ante a imprensa os objetivos da primeira assembleia extraordinária de bispos realizada sob o pontificado de Francisco.

"O Papa quer que a igreja se abra", disse o cardeal ao explicar o método de trabalho adotado para tornar mais ágil a assembleia, que será realizada de 5 a 19 de outubro.

Faltando dois dias para a abertura do sínodo, marcado pelas tensões entre conservadores e progressistas, que se enfrentam pela proposta de conceder a comunhão aos divorciados que voltam a se casar, o cardeal lembrou que ao fim dos trabalhos não serão tomadas decisões.

Depois do sínodo extraordinário, o Papa programou para 2015 um sínodo ordinário, durante o qual a Igreja católica pode adotar medidas específicas, fruto da mediação entre setores.

O aumento dos divórcios, das famílias monoparentais, da convivência extramatrimonial e das uniões entre pessoas do mesmo sexo está mudando o modelo de família, e por isso o Papa quis convocar o sínodo.

"A igreja não é estática, caminha com a história. Não é ideologia, é história. É preciso ver a família no contexto atual, que é muito diferente do modelo de 33 anos atrás", disse Baldisseri.

As intervenções dos oradores, de apenas quatro minutos, irão ocorrer por temas durante toda a primeira semana e serão realizadas a portas fechadas para garantir a liberdade do debate, disse o cardeal.

Uma decisão criticada por alguns setores da imprensa, que deseja saber a posição dos presentes.

O número de participantes será de 253 e o papa Francisco acompanhará todas as sessoes, disse Baldisseri.

Acompanhe tudo sobre:FamíliaIgreja CatólicaPapa FranciscoPapas

Mais de Mundo

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social

Venezuela liberta 10 detidos durante protestos pós-eleições