Mundo

Papa poderá publicar decreto para antecipar o conclave

Objetivo do documento é antecipar a celebração do conclave depois que deixar o papado em 28 de fevereiro


	Bento XVI: o conclave para eleger o sucessor do papa deve começar "entre um mínimo de 15 dias e um máximo de 20" desde que se decrete a chamada "sede vacante"
 (Vincenzo Pinto/AFP)

Bento XVI: o conclave para eleger o sucessor do papa deve começar "entre um mínimo de 15 dias e um máximo de 20" desde que se decrete a chamada "sede vacante" (Vincenzo Pinto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 14h06.

Cidade do Vaticano - O Papa Bento XVI poderá publicar um decreto, chamado "Motu Propio", para antecipar a celebração do conclave depois que deixar o papado em 28 de fevereiro, indicou nesta quarta-feira o porta-voz do Vaticano.

"O Papa está levando em consideração a publicação nos próximos dias de Motu Propio para precisar alguns pontos da constituição sobre o conclave. Não sabemos se considerará oportuno abordar o assunto do prazo do início do conclave", declarou o porta-voz papal, padre Federico Lombardi.

"Veremos se será assim e quando será publicado o documento", afirmou Lombardi em um encontro com a imprensa.

"Em todo caso, depende da avaliação do Papa. Se decidir assiná-lo, será divulgado oportunamente", explicou.

O conclave para eleger o sucessor de Bento XVI, segundo a constituição apostólica, deve começar "entre um mínimo de 15 dias e um máximo de 20" desde que se decrete a chamada "sede vacante", fixada para o próximo 28 de fevereiro às 20H00 horas (16h00 de Brasília), o momento que Bento XVI escolheu para abandonar o trono de Pedro.

O Papa é o único que pode mudar a constituição apostólica", explicou o historiador Ambrogio Piazoni.

A constituição cita de 15 a 20 dias para dar tempo aos cardeais chegarem a Roma para assistir, em geral, ao funeral solene e respeitar o luto pela morte de um pontífice.


Neste caso, como se trata de uma renúncia, que aconteceu poucos vezes na história milenar da Igreja, é possível que todos os cardeais já estejam em Roma, sem necessidade de aguardar os religiosos.

"É possível interpretar a constituição", explicou na semana passada o porta-voz.

O tema está sendo debatido pelos próprios cardeais, que devem comparecer à despedida do Papa em 28 de fevereiro.

No total, 117 cardeais terão direito a voto (todos com menos de 80 anos) no conclave que escolherá, dentro da Capela Sistina, o novo Papa com a maioria de dois terços.

Após a renúncia, Bento XVI se mudará para a residência de verão dos Papas, em Castelgandolfo, nas proximidades de Roma, onde deverá permanecer por dois meses.

Este será um conclave insólito porque acontecerá pela primeira vez em sete séculos com o pontífice antecessor vivo.

Fontes diplomáticas latino-americanas afirmam que a eleição do sucessor de Bento XVI será rápida, antes da missa de Ramos de 24 de março, uma das mais importantes da Semana Santa e do ano litúrgico.

Dos 117 cardeais com direito a voto, 62 são europeus, 28 italianos e 19 da América Latina, cinco deles brasileiros.

Acompanhe tudo sobre:Bento XVICatólicosIgreja CatólicaPaíses ricosPapasVaticano

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA