Papa Francisco: líder católico apelou que todos precisam respeitar o status quo da cidade, de acordo com as resoluções da ONU (Franco Origlia/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 09h19.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco pediu que o status quo de Jerusalém seja respeitado e que a "sabedoria e a prudência" possam prevalecer para evitar nos conflitos entre israelenses e palestinos.
O apelo do papa vem pouco antes de um anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, onde se espera que ele reconheça Jerusalém como a capital de Israel e transfira a embaixada americana de Tel-Aviv para lá. Francisco afirmou que está "profundamente preocupado" com os desenvolvimentos recentes e declarou que Jerusalém é um lugar único e sagrado para cristãos, muçulmanos e judeus e que tem uma "vocação especial para a paz".
Ele apelou que todos precisam respeitar o status quo da cidade, de acordo com as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Peço ao Senhor que a sua identidade seja preservada e fortalecida em benefício da Terra Santa, do Oriente Médio e do mundo inteiro e que a sabedoria e a prudência prevaleçam para que novos elementos de tensão sejam retirados de um sistema global já convulsionado por tantos conflitos cruéis", disse.
A voz do papa faz eco a de outros líderes estrangeiros. Nesta quarta-feira, o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, expressou preocupação com os relatos de que Trump pode reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
"Esperamos para ver o que ele irá dizer exatamente, mas vemos as recentes reportagens com preocupação", comentou.
Na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta quarta-feira em Bruxelas, Johnson comentou que Jerusalém "deveria fazer parte do acordo final entre os israelenses e os palestinos, um acordo negociado que queremos ver".
Ele ainda disse que o Reino Unido não tem planos para mudar sua embaixada.
Já a Turquia, por meio do primeiro-ministro, Binali Yildirim, voltou a condenar o movimento, ao dizer que a ação dos EUA pode tornar os problemas da região "irreversíveis".