Papa Francisco: "é de suma importância apoiar cada esforço para diálogo na península coreana, para encontrar novas maneiras de superar as disputas atuais" (Tony Gentile/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 09h42.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco pediu nesta segunda-feira que todos os países apoiem o diálogo para diminuir as tensões na península coreana, e que trabalhem por uma proibição com vínculo legal das armas nucleares.
Em um pronunciamento anual a diplomatas que passou a ser conhecido como seu discurso de "Estado do Mundo", Francisco também repetiu seu pedido para que o "status quo" de Jerusalém permaneça intacto, após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer a cidade como capital de Israel.
Francisco também falou sobre mudanças climáticas, pedindo para países continuarem comprometidos com o Acordo de Paris de 2015 sobre redução de emissões de carbono. Trump anunciou que os EUA irão deixar o acordo.
"É de suma importância apoiar cada esforço para diálogo na península coreana, para encontrar novas maneiras de superar as disputas atuais, aumentando confiança mútua e garantindo um futuro pacífico para o povo coreano e o mundo inteiro", disse Francisco.
O papa discursou a diplomatas um dia antes de Coreia do Norte e Coreia do Sul estarem programadas para realizar conversas que devem resolver a participação da Coreia do Norte na Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em fevereiro.
Mais cedo neste mês, após o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, dizer ter um botão nuclear à disposição, Trump tuitou que o botão dos EUA à sua disposição é maior e mais poderoso.
"Armas nucleares devem ser proibidas", disse Francisco, citando um documento emitido pelo papa João 23 no auge da Guerra Fria e acrescentando que "não há como negar que a conflagração pode ser iniciada por alguma mudança e circunstância imprevisível".
Ele destacou que a Santa Sé está entre 122 Estados que no ano passado concordaram com um acordo da Organização das Nações Unidas para proibir armas nucleares.
Os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e outros boicotaram as conversas que levaram ao tratado, ao invés disso jurando compromisso ao Tratado de Não Proliferação Nuclear.