Mundo

Papa não usará veículo à prova de balas no Oriente Médio

Francisco insiste em usar um carro normal e ter a possibilidade de ficar o mais próximo possível das pessoas, diz Vaticano


	Papa Francisco: pontífice vai visitar a Jordânia, os Territórios Palestinos e Israel
 (Tony Gentile/Reuters)

Papa Francisco: pontífice vai visitar a Jordânia, os Territórios Palestinos e Israel (Tony Gentile/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2014 às 12h49.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco dispensou o uso de veículos à prova de balas durante a viagem que fará ao Oriente Médio neste mês, insistindo em usar um carro normal e ter a possibilidade de ficar o mais próximo possível das pessoas, informou o Vaticano nesta quinta-feira.

Segundo informações do Vaticano, um rabino e um líder islâmico vão acompanhar o papa Francisco em sua viagem ao Oriente Médio, em uma demonstração da importância que ele atribui ao diálogo interreligioso.

O pontífice vai visitar a Jordânia, os Territórios Palestinos e Israel durante a viagem de 24 a 26 maio, a sua primeira visita como papa à região.

"O papa quer um papamóvel aberto e um carro normal. A autoridade de segurança local levou o desejo do papa em consideração", disse o porta-voz, padre Federico Lombardi.

"Eu não acho que houve muita discussão sobre isso", disse ele, insinuando que as autoridades locais do setor de segurança haviam sugerido o uso de veículos à prova de balas, mas foram desautorizadas.

Antecessores do papa Francisco foram conduzidos em limusines à prova de balas em suas viagens em torno de Roma ou no exterior. Os chefes de Estado que visitam o Oriente Médio tendem a usar carros blindados.

O papa Francisco usa um carro Ford Focus azul em Roma, e durante sua viagem ao Brasil, em julho passado, ele foi conduzido pelo Rio de Janeiro em um pequeno Fiat prata, a seu pedido.

Em algumas ocasiões durante a viagem no Brasil, a polícia não conseguiu controlar a multidão que cercou o carro. Lombardi disse que não espera cenas semelhantes no Oriente Médio porque os católicos são uma minoria lá.

Lombardi também disse que o Vaticano não estava muito preocupado com as ameaças aos cristãos escritas por supostos extremistas judeus em propriedades da Igreja na Terra Santa.

Na segunda-feira, a inscrição "Morte aos árabes e cristãos e todos os que odeiam Israel" foi pichada em hebraico, em uma coluna externa dos escritórios da Assembleia dos Bispos, no Centro Nossa Senhora, em Jerusalém Oriental.

O papa Francisco deve se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Centro Nossa Senhora, situado fora das muralhas da Cidade Velha, no último dia de sua viagem.

O jornal israelense Haaretz informou que o serviço de segurança do país teme que os radicais judeus possam realizar um grande ataque contra a população cristã ou instituições para conseguir a atenção da mídia durante a peregrinação do Papa.

Mas Lombardi disse que não estava ciente de quaisquer preocupações específicas da segurança para qualquer parte da viagem.

Acompanhe tudo sobre:IsraelJordâniaOriente MédioPaíses ricosPalestinaPapa FranciscoPapasVaticano

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru