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Papa Francisco viaja a França para defender os migrantes no Mar Mediterrâneo

Jesuíta prestará homenagem aos migrantes mortos no mar perto da basílica de Notre-Dame de la Garde (Nossa Senhora da Guarda), em um dos momentos mais aguardados da viagem

Francisco afirmou que sua viagem à segunda maior cidade da França não é uma viagem oficial ao país (AFP/AFP)

Francisco afirmou que sua viagem à segunda maior cidade da França não é uma viagem oficial ao país (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 22 de setembro de 2023 às 10h00.

O papa Francisco viaja nesta sexta-feira, 22, para Marselha (sudeste da França) para fazer mais um alerta sobre o drama dos migrantes no Mediterrâneo, em um momento de debate na Europa sobre a recepção dos refugiados.
Os migrantes são uma prioridade para o pontífice, que expressa com frequência sua dor pelas tragédias que afetam estas pessoas.

"Esperamos palavras muito fortes do papa e que sua voz influencie muito mais que a nossa", afirmaram François Thomas e Sophie Beau, diretores da ONG SOS Méditerránée, com sede em Marselha e que resgata migrantes no mar com o barco "Ocean Viking".

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A rota do Mediterrâneo, que Francisco chamou de "cemitério" em agosto, é considerada a mais perigosa do mundo. Mais de 28.000 migrantes desapareceram em suas águas desde 2014, durante tentativas de chegar ao continente europeu a partir da África, segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM).

Visita a basílica de Notre-Dame de la Garde

O jesuíta de 86 anos prestará homenagem aos migrantes mortos no mar perto da basílica de Notre-Dame de la Garde (Nossa Senhora da Guarda), em um dos momentos mais aguardados da viagem.

Após uma oração na basílica, conhecida como "Bonne Mère" (Boa Mãe), Francisco visitará o memorial com vista para o Mar Mediterrâneo, que já contemplou em visitas anteriores, para pedir a acolhida dos e migrantes.

"Não vem para culpar ou dizer aos Estados o que devem fazer. Ele afirma: sejam responsáveis, há sofrimento", afirmou antes da viagem o arcebispo de Ajaccio (sudeste da França), François Bustillo.

A visita coincide com a chegada de milhares de migrantes há alguns dias à ilha de Lampedusa, o que obrigou a União Europeia (UE) a adotar um plano para ajudar a Itália a administrar a rota migratória que começa no norte da África.

Boubacar (pseudônimo), que chegou a Marselha há 10 dias, recorda as dificuldades que enfrentou antes de desembarcar em Lampedusa: "Passamos 24 horas no mar sem comer, sem beber, sem fazer as nossas necessidades".

E, agora, o adolescente de Guiné vive na rua, ao lado de 30 menores de idade não acompanhados.

Francisco afirmou que sua viagem à segunda maior cidade da França não é uma viagem oficial ao país. Sua finalidade é encerrar um encontro entre bispos e jovens do Mediterrâneo, que tem como principais temas as desigualdades, o diálogo inter-religioso e a mudança climática.

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