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Papa Francisco preside Missa de Páscoa apesar de saúde frágil

Em vigília pascal, pontífice falou em 'decepção' na benção e batizou oito pessoas; imprensa italiana volta a falar em 'renúncia', mas Vaticano afirma que isso não está nos planos

Papa Francisco em missa páscoal  (Alessandra Benedetti - Corbis/Corbis /Getty Images)

Papa Francisco em missa páscoal (Alessandra Benedetti - Corbis/Corbis /Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 31 de março de 2024 às 09h18.

O Papa Francisco preside a Missa de Páscoa na Praça de São Pedro, no Vaticano, antes da bênção “urbi et orbi”, em meio a preocupações sobre a saúde do pontífice de 87 anos.

Em um dos dias mais importantes do calendário católico, a cerimônia começou por volta das 10h00 (08h00 GMT) e está sendo transmitida ao vivo para todo o mundo, para cerca de 1,3 bilhão de fiéis.

Vestido de branco, o Papa argentino chegou em uma cadeira de rodas até o altar, decorado como todos os anos com uma multidão de adornos florais.

Uma multidão assiste à celebração, sob fortes medidas de segurança. Os fiéis testemunharão às 12h00 (10h00 GMT) a bênção "Urbi et orbi" ("para a cidade e para o mundo"), durante a qual o Papa fala sobre o panorama internacional.

Na sexta-feira, o pontífice cancelou de última hora sua participação no tradicional Via Crucis no Coliseu, o que acendeu novamente o alarme sobre sua saúde.

O Vaticano argumentou que a decisão foi tomada "para preservar sua saúde antes da vigília" do Sábado Santo e da "Missa de Páscoa".

E de fato, Francisco oficiou a cerimônia de sábado normalmente e sem sinais de fadiga, uma cerimônia de duas horas e meia com a presença de 6.000 fiéis. Ele também pronunciou uma homilia de dez minutos em italiano sem aparente dificuldade.

Durante a liturgia, ele denunciou "os muros do egoísmo e da indiferença", e "todas as aspirações de paz destroçadas pela crueldade do ódio e a barbárie da guerra".

Ao final da cerimônia, Francisco avançou pelo corredor central da basílica em uma cadeira de rodas, sorrindo, cumprimentando e abençoando vigorosamente os fiéis que se haviam congregado contra as barreiras, muitos dos quais estendiam a mão para ele ou tiravam fotos com seus celulares.

O Vaticano havia confirmado sua presença ao meio-dia após o cancelamento do dia anterior.

Essa cancelamento de última hora, quando a cadeira papal já estava colocada no Coliseu, e a lacônica comunicação do Vaticano contribuíram para aumentar as preocupações sobre a saúde vacilante de Jorge Bergoglio.

O jesuíta argentino já havia cancelado em 2023 sua participação no Via Crucis, mas naquela época foi comunicado antecipadamente e justificado por uma recente hospitalização devido a uma bronquite.

Maratona

A Semana Santa, um dos pilares do calendário litúrgico católico, contempla numerosas cerimônias que terminam com a Páscoa e pode se assemelhar a uma maratona para um octogenário que se desloca há dois anos em uma cadeira de rodas.

Nos últimos dias, Francisco cumpriu seus compromissos e presidiu a celebração da Paixão de Cristo por quase duas horas na sexta-feira à tarde, antes de cancelar sua presença no Via Crucis.

Mas recentemente ele apareceu cansado e foi obrigado em várias ocasiões a delegar a leitura de seus discursos devido a uma bronquite que o obrigou a ser examinado em um hospital de Roma no final de fevereiro.

Também cancelou a leitura de sua homilia no Domingo de Ramos, sem dar explicações.

Apesar de uma importante cirurgia abdominal em 2023, Francisco, que nunca tira férias, mantém um ritmo de trabalho frenético no Vaticano, onde pode receber uma dezena de interlocutores em uma manhã.

No entanto, ele não realizou nenhuma viagem desde sua visita a Marselha, no sul da França, em setembro, e teve que cancelar sua presença na COP28 em dezembro em Dubai devido a uma bronquite.

Seu anunciado deslocamento aos confins da Ásia e Oceania neste verão boreal, que o Vaticano não formalizou até agora, parece mais incerto do que nunca.

No entanto, a Indonésia anunciou neste domingo que o Papa viajará ao arquipélago em setembro.

Francisco sempre deixa "a porta aberta" para uma eventual renúncia, seguindo o exemplo de seu antecessor Bento XVI.

Mas em uma autobiografia publicada em meados de março, ele reiterou que não tem "razões sérias" para renunciar ao seu cargo, uma "hipótese distante" que se justificaria apenas em caso de "grave impedimento físico".

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