O papa Francisco: a "argentinidade" do papa não se restringe à renúncia ao passaporte italiano (Andreas Solaro/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 17h02.
Buenos Aires - O papa Francisco deu início ao processo de renovação de seu passaporte argentino para realizar suas viagens pelo mundo como cidadão argentino, informou nesta segunda-feira o ministro do Interior e Transporte da Argentina, Florencio Randazzo.
Embora disponha de um passaporte expedido pelo Vaticano, "Sua Santidade se comunicou com Juan Pablo Cafiero, nosso embaixador no Vaticano, e lhe informou que queria continuar viajando pelo mundo com o passaporte argentino", detalhou Randazzo.
O pedido, por meio de um centro digital da representação diplomática argentina em Roma, foi feito na sexta-feira passada.
O ministro comentou ainda que "Francisco pediu, expressamente, para não gozar de nenhum privilégio. E, por isso, tanto seu novo DNI (Documento Nacional de Identidade, equivalente ao RG brasileiro), e o passaporte, estão sendo tramitados pelas vias administrativas normais", detalhou o ministro.
Ele contou que o papa realizou um trâmite como o que fazem todos os argentinos: "tirou a foto digital, a impressão e a assinatura, em uns 15 minutos, e, nos próximos dias estará recebendo no Domus de Santa Marta no Vaticano, onde declarou residência".
"Este novo gesto do Papa para com o nosso país nos enche de orgulho", disse Randazzo, por meio de uma nota distribuída à imprensa.
Na Argentina, o Ministério do Interior e Transporte é o organismo responsável pela confecção dos documentos no país, cujo sistema foi amplamente modernizado nos últimos anos.
A "argentinidade" do papa Francisco não se restringe à renúncia ao passaporte italiano.
Desde que foi eleito como a autoridade máxima da Igreja Católica, Francisco sempre demonstrou suas características nacionais, dentre as quais: tomar chimarrão, ser torcedor fanático de um time de futebol, neste caso, o San Lorenzo; gostar de ouvir tango; ler o escritor Jorge Luis Borges, entre vários outros, e usar a palavra "che" durante as conversas com os mais íntimos.