Francisco e Kuczynski caminharam sorridentes pelo tapete vermelho conversando animadamente (Mariana Bazo/Reuters)
AFP
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 06h44.
O papa Francisco chegou na tarde desta quinta-feira (18) ao Peru para uma visita de três dias na qual defenderá o meio ambiente e o respeito aos povos nativos, na segunda e última etapa de uma viagem iniciada na segunda-feira, no Chile.
O santo padre foi recebido no Aeroporto de Lima pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski e numerosas autoridades.
Duas crianças entregaram um buquê de flores ao pontífice, que foi saudado por três bispos, entre eles o cardeal Juan Luis Cipriani, arcebispo de Lima.
Francisco e Kuczynski caminharam sorridentes pelo tapete vermelho conversando animadamente, enquanto uma banda militar tocava.
A visita do papa permite a Kuczynski esquecer, temporariamente, os conflitos políticos que quase o levaram à destituição em dezembro e a polêmica pelo indulto que concedeu ao ex-presidente Alberto Fujimori.
O Papa argentino seguiu em automóvel fechado para a praça do Imaculado Coração de María, onde embarcou no papamóvel para a Nunciatura Apostólica.
Milhares de peruanos, com balões brancos e amarelos, acolheram Francisco ao longo das avenidas percorridas pela comitiva papal até a Nunciatura.
Diante da Nunciatura, Francisco fez uma breve saudação por microfone à multidão que o aguardava, e a convidou a rezar juntos uma Ave Maria.
Após a oração, se despediu com a frase que o caracteriza: "Rezem por mim, não se esqueçam, obrigado por todos que vieram até aqui".
Leigos e religiosos, de todas as idades, se emocionaram com a gentileza do Papa, em meio a cânticos, aplausos e até pulos para manifestar uma alegria contagiante.
A polícia deteve por alguns momentos uma jovem com um cartaz com a frase "O Papa encobre pedófilos", e um grupo de dez mulheres, duas com os seios à mostra, protestaram diante da Catedral de Lima contra a visita.
Francisco dormirá durante três dias na Nunciatura, no mesmo quarto utilizado pelo Papa João Paulo II, que visitou o Peru em 1985 e 1988.
O Papa, que não tem previstas outras atividades públicas nesta quinta-feira, viajará na sexta a Puerto Maldonado, na Amazônia, onde terá um encontro com povos nativos.
No sábado irá para a cidade de Trujillo, ao norte, que há um ano sofreu inundações causadas pelo fenômeno El Niño Costeiro, que deixaram 162 mortos e quase 300.000 pessoas prejudicadas.
No domingo, ele encerrará sua visita ao Peru com uma missa em uma base aérea de Lima, depois de um encontro com 5.000 sacerdotes e freiras na Catedral, onde também serão honradas as relíquias de quatro santos peruanos.
Francisco, um amante do futebol, receberá no domingo o técnico da seleção peruana, seu compatriota Ricardo Gareca, que conseguiu a façanha de classificar a equipe ao Mundial da Rússia-2018, o que o time nacional não conseguia desde a Copa da Espanha-1982.
Uma semana antes da chegada do papa a Lima, o Vaticano interveio ao junto ao grupo laico peruano Sodalício de Vida Cristã, cujo fundador, Luis Fernando Figari, e outros três líderes são acusados de abusos sexuais.