Bandeiras dos Estados Unidos e do Vaticano em Washington: durante a visita, a imagem de facilitador da reconciliação entre os Estados Unidos e Cuba foi reforçada (Reuters / Kevin Lamarque)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2015 às 10h08.
O papa Francisco encerra hoje (22) viagem de quatro dias a Cuba, depois de uma vasta agenda de celebrações e de ter se encontrado com os irmãos Castro.
De manhã, ele celebra missa na Basílica Menor e depois terá encontro com famílias na Catedral de Santiago de Cuba, antes de deixar a ilha e embarcar para Washington. Durante a visita, a imagem de facilitador da reconciliação entre os Estados Unidos e Cuba foi reforçada.
De maneira geral, a agenda política e o conteúdo das conversas e reuniões que teve não foram detalhadas.
Tanto o Vaticano quanto o governo cubano foram discretos e não divulgaram informações detalhadas sobre as conversas entre o papa Francisco, o ex-presidente Fidel Castro e o presidente Raúl Castro.
Ele também evitou falar publicamente sobre os dissidentes e sobre a liberdade política.
A imprensa internacional, que acompanha a visita do Papa, mostrou imagens de prisões de pessoas em meio às celebrações. Ativistas entrevistados afirmaram que entre 50 e 100 pessoas foram detidas e houve ameaças para que dissidentes não saíssem de casa.
De acordo com o Vaticano, o Papa não se pronunciou sobre as denúncias de detenções.
Com relação aos encontros com Raúl e Fidel Castro, somente a troca de presentes e informações gerais sobre as conversas foram divulgadas.
Segundo o Vaticano, a conversa com Fidel durou 40 minutos e eles falaram de religião e de temas internacionais, em tom informal. A imprensa oficial cubana divulgou imagens do encontro, mas sem áudio.
Os encontros com Raúl Castro também foram discretos. Publicamente, eles trocaram presentes e se cumprimentaram durante as missas celebradas em Havana e na cidade de Holguín, terra natal dos líderes cubanos.
Depois de se reunir com o governo cubano, o Papa terá ampla agenda em Washington - primeiro com o presidente Barack Obama e depois no Congresso norte-americano.
A questão do embargo econômico e o fechamento da prisão que os Estados Unidos mantêm em Guantânamo são temas sensíveis.
Antes da chegada do Papa Francisco a Cuba, Obama telefonou para Raúl Castro. Depois dos quatro dias na ilha, o papa se encontrará amanhã (23) com o presidente norte-americano na Casa Branca.
Durantes as celebrações, missas e reuniões com sacerdotes, o papa destacou a importância do perdão e da reconciliação. Ele defendeu que as pessoas sirvam aos menos favorecidos e não a ideais.