Papa Francisco: fiéis seguem em oração pela recuperação do pontífice, hospitalizado há 17 dias em Roma (Dimitar DILKOFF/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 2 de março de 2025 às 12h50.
Última atualização em 2 de março de 2025 às 14h15.
"Gostaria de agradecer suas orações [...]: sinto seu carinho e sua proximidade e, neste momento particular, sinto-me 'carregado' e apoiado pelo povo de Deus", escreveu o pontífice argentino, de 88 anos.
"Obrigado a todos! Rezo por vocês também. E rezo acima de tudo pela paz. Daqui, a guerra parece ainda mais absurda. Rezamos pela atormentada Ucrânia, pela Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão, Kivu", afirmou Francisco em sua mensagem.
O líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos no mundo está internado no Hospital Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro, por uma bronquite que levou a uma pneumonia bilateral. Desde então, não fez nenhuma aparição pública.
Neste domingo, esteve ausente da tradicional mensagem do Angelus na Praça São Pedro pela terceira semana consecutiva e também não apareceu na sacada do hospital, como fez em 2021.
O último boletim médico, divulgado pela Santa Sé no sábado, 1º, informou que sua condição segue "estável" após uma recaída na sexta-feira, causada por uma crise respiratória gerada por "broncoespasmo". O prognóstico do papa, no entanto, permanece "reservado".
Após uma noite "tranquila", "o papa acordou, tomou café da manhã e leu os jornais como faz habitualmente, e segue seu tratamento como sempre", informou neste domingo uma fonte do Vaticano.
O tratamento do papa combina "ventilação mecânica não invasiva com longos períodos de oxigenoterapia" e "fisioterapia respiratória", conforme o boletim médico mais recente.
Francisco recebeu neste domingo, pela segunda vez desde sua internação, o cardeal italiano Pietro Parolin e o venezuelano Edgar Peña Parra, número dois e três da hierarquia do Vaticano.
Na sexta-feira, os alarmes sobre sua saúde voltaram a soar. A crise respiratória agravou o estado do primeiro papa latino-americano, poucas horas depois de uma fonte do Vaticano afirmar que ele havia saído da fase "crítica".
Médicos avaliam o impacto da recaída e, segundo Andrea Ungar, professor de geriatria da Universidade de Florença, esse diagnóstico pode levar até "10 dias".
Esta é a quarta internação de Francisco desde 2021 e a mais longa até agora, aumentando preocupações sobre sua saúde. O papa já passou por cirurgias no cólon e no abdome e tem dificuldades para caminhar.
A situação reacendeu discussões sobre sua capacidade de continuar exercendo o cargo, já que o direito canônico não prevê regras claras para um pontífice impossibilitado de atuar por questões de saúde.
Durante esse período, líderes de diversos países, incluindo Brasil, Venezuela e Estados Unidos, manifestaram apoio ao papa. Orações por sua recuperação foram enviadas de Buenos Aires ao hospital romano.
Centenas de fiéis se reuniram no sábado, 1º, para rezar um terço pela saúde do pontífice. Diferente dos dias anteriores, a chuva transferiu a vigília da Praça São Pedro para o interior da Basílica.
"Rezamos para que ele se recupere, porque o papa Francisco é muito importante para nós, por sua humildade, por sua diversidade [...] Ele nos inspira muito, nos guia", disse à agência AFP Paolo, um veneziano que visitava Roma com sua família.