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Papa fala sobre conversas por telefone com presos argentinos

O papa Francisco revelou que após conversar por telefone com presos de Buenos Aires, ao final do diálogo ele se pergunta: "Por que ele e não eu?"

Papa Francisco: "Cada vez que ligo para os presos, como faço algumas vezes, me pergunto: 'Por que ele e não eu?'", disse (Getty Images)

Papa Francisco: "Cada vez que ligo para os presos, como faço algumas vezes, me pergunto: 'Por que ele e não eu?'", disse (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 09h16.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco revelou nesta quarta-feira que após conversar por telefone com presos de Buenos Aires, como faz em alguns domingos, ao final do diálogo ele se pergunta: "Por que ele e não eu?".

"Cada vez que ligo para os presos, como faço algumas vezes, me pergunto: 'Por que ele e não eu? Eu mereço mais do que ele não estar ali?, Por que ele caiu e eu não?'. É um mistério que me aproxima deles", acrescentou.

O papa, ex-arcebispo de Buenos Aires, fez esta reflexão em seu discurso aos capelães das prisões italianas que recebeu hoje no Vaticano.

Francisco pediu aos religiosos que digam aos presos para que não "desanimem, que não se fechem em si mesmos, porque o Senhor está perto deles, não está fora das prisões, mas está dentro de suas celas".

"Podem dizer que o Senhor está lá dentro com eles. Que ele também é um preso. É preso de nossos egoísmos, de nossos sistemas, de tantas injustiças", disse o papa.

O pontífice completou afirmando que "é mais fácil castigar os mais fracos, enquanto os peixes grandes nadam livremente".

"Nenhuma cela está tão isolada para afastar o Senhor, seu amor paterno e materno chega a todos os lados", acrescentou Francisco.

O papa assegurou que reza pelo trabalho dos capelães, "que não é fácil, que é muito duro e muito importante porque leva a proximidade de Cristo a estes irmãos que necessitam esperança".

Quando era arcebispo de Buenos Aires, o papa Francisco costumava visitar as prisões da capital argentina e após sua escolha como pontífice um de seus primeiros gestos durante a Semana Santa foi comparecer a uma prisão de menores para lavar os pés de doze jovens reclusos.

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