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Papa encerra visita ao Congo e viaja para o Sudão do Sul

Em Kinshasa, capital do país com o maior número de católicos na África, o pontífice argentino condenou o conflito no leste da RDC, pediu aos governantes que lutem contra a corrupção

Papa Francisco: ele fará uma "peregrinação da paz" no Sudão do Sul (AFP/AFP)

Papa Francisco: ele fará uma "peregrinação da paz" no Sudão do Sul (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 3 de fevereiro de 2023 às 06h53.

O papa Francisco viaja nesta sexta-feira, 3, da República Democrática do Congo (RDC), após uma visita marcada pelos apelos à paz, para o Sudão do Sul, outro país africano muito afetado pela violência.

Em Kinshasa, capital do país com o maior número de católicos na África, o pontífice argentino condenou o conflito no leste da RDC, pediu aos governantes que lutem contra a corrupção e fez um apelo aos jovens para que se envolvam no futuro da nação. Antes do fim da visita ao país, Francisco fará um discurso para os bispos.

Em seguida, ele fará uma "peregrinação da paz" no Sudão do Sul, país mais jovem do mundo (conquistou a independência em 2011), de maioria cristã, que está entre os mais pobres do planeta e sofre com a devastação provocada por uma guerra civil.

Em Juba, o papa, de 86 anos, será acompanhado pelos líderes das Igrejas da Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs deste país de 12 milhões de habitantes.

Os três líderes religiosos se envolveram pessoalmente no processo de paz - os dirigentes políticos, no entanto, ignoraram os apelos à reconciliação.

Depois de décadas de luta com o Sudão, e dois anos após sua independência, o país iniciou em 2013 uma guerra civil de cinco entre os grupos de Salva Kiir (atual presidente do país) e Riek Mashar (atual primeiro vice-presidente).

Quase 380.000 pessoas morreram no conflito, que deixou milhões de deslocados e uma economia em ruínas. Apesar do acordo de paz de 2018, a violência prossegue, estimulada pelas elites políticas.

A Igreja preenche um vazio em áreas sem serviços governamentais e onde os trabalhadores humanitários são vítimas frequentes de ataques violentos. Em 2019, Francisco recebeu os dois inimigos no Vaticano, se ajoelhou e suplicou pela paz.

O pontífice deve chegar ao país às 15H00 (10 de Brasília) e fará uma visita de cortesia ao presidente e aos vice-presidentes. Também fará um discurso no palácio presidencial.

No sábado, ele se reunirá com religiosos católicos e deslocados internos para uma oração ecumênica. No domingo celebrará uma missa. Centenas de pessoas viajaram a Juba de outras partes do país.

Quase 60 jovens caminharam 400 quilômetros até a capital para divulgar uma mensagem de unidade, em um país com mais de 60 grupos étnicos.

Quase 5.000 policiais e soldados foram mobilizados para a visita e esta sexta-feira foi declarado feriado nacional.

Até o momento a viagem do papa foi marcada pelo apelo de Francisco pelo fim das "cruéis atrocidades" no leste da República Democrática do Congo, assim como da corrupção.

Na terça-feira, primeiro dia da visita, ele criticou o "colonialismo econômico", que impede a RDC "de "aproveitar de modo suficiente de seus imensos recursos naturais".

Esta é 40ª viagem internacional de Francisco desde que foi eleito papa em  2013 e a terceira para a África subsaariana.

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