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Papa diz ter se equivocado ao chamar feminismo de "machismo de saia"

Francisco também admitiu ainda que as mulheres são pouco representadas na Igreja Católica

Papa Francisco: pontífice afirma que declaração polêmica foi um erro na hora de se expressar (Max Rossi/Reuters)

Papa Francisco: pontífice afirma que declaração polêmica foi um erro na hora de se expressar (Max Rossi/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de abril de 2019 às 06h21.

Madrid — O Papa Francisco reconheceu na noite deste domingo, 31, que se equivocou ao afirmar que "todo feminismo termina sendo um machismo de saia". Segundo o líder da Igreja Católica, a "frase justa" que deveria ter pronunciado é que "todo feminismo pode correr o risco de se transformar em um machismo de saia".

"Foi uma frase dita em um momento de muita intensidade, quando estava escutando o testemunho de uma mulher que estava na linha que eu queria e me dirigi ao feminismo com um pouco mais de crítica", justificou durante entrevista ao canal espanhol La Sexta.

O pontífice se referia a uma afirmação que fez em 22 de fevereiro, após ouvir uma declaração da especialista em Direito Canônimo, Linda Ghisoni, durante uma reunião no Vaticano.

Na entrevista, o papa admitiu ainda que as mulheres são pouco representadas na Igreja Católica. "O que temos atingido é nos dar conta que a figura da mulher vai além da funcionalidade: a Igreja não pode ser Igreja sem a mulher porque a Igreja é uma mulher, é feminina, é 'a Igreja', não 'o Igreja'", declarou.

Para o papa, todas as pessoas estão a "serviço", mas que, no caso das mulheres, "além dos serviços, a elas é reservada a servidão, e isso não é bom, é triste". Ele se manifestou, contudo, contrário ao aborto, embora entenda o "desespero" de quem engravidou após um estupro.

Sobre a prostituição, Francisco disse que respeita "toda pessoa" e que "cada um é senhor de suas decisões"."Uma coisa é a mulher que quer exercer a prostituição porque gosta ou porque faz uma opção livre para ganhar dinheiro, mas outra são as garotas escravizadas, a escravidão das jovens é um terror".

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