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Papa denuncia corrupção e desigualdades nas Filipinas

O papa denunciou "desigualdades sociais escandalosas" e proclamou sua firme rejeição a toda forma de corrupção, no primeiro dia de sua visita às Filipinas


	Papa Francisco: "é preciso romper as correntes da injustiça e da opressão"
 (Alberto Pizzoli/AFP)

Papa Francisco: "é preciso romper as correntes da injustiça e da opressão" (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 14h40.

Manila - O papa Francisco denunciou nesta sexta-feira em Manila as "desigualdades sociais escandalosas" e proclamou sua firme rejeição a toda forma de corrupção, no primeiro dia de sua visita às Filipinas.

"É preciso romper as correntes da injustiça e da opressão que dão lugar a evidentes - e realmente escandalosas - desigualdades sociais", lançou às autoridades reunidas no Palácio presidencial, pedindo uma reforma das estruturas sociais.

É necessário que cada um proclame sua "firme rejeição a toda forma de corrupção que desvia os recursos destinados aos pobres", acrescentou.

O Papa chegou na tarde de terça-feira às Filipinas, um reduto do catolicismo na Ásia minado pela pobreza e pela corrupção, para realizar uma visita de cinco dias.

O Papa chegou ao Palácio presidencial em um minúsculo Volkswagen Touran de cor azul, e foi aclamado por uma multidão entusiasmada.

"Agora, mais do que nunca, é necessário que os líderes políticos se distingam por sua honestidade, sua integridade e sua responsabilidade em relação ao bem comum", acrescentou o Papa, ante as autoridades políticas e ao corpo diplomático.

Em seu discurso, de tom firme, o santo padre pediu uma mudança: "A reforma das estruturas sociais que mantêm a pobreza e a exclusão dos pobres exige, principalmente, uma conversão do espírito e do coração do povo filipino", disse.

"A exigência moral de garantir a justiça social e o respeito à dignidade humana são essenciais para o alcance dos objetivos nacionais", ressaltou o bispo de Roma.

Luta contra a corrupção

Recém chegado do Sri Lanka, o Sumo Pontífice, de 78 anos, que tem um programa extremamente pesado durante sua estadia no arquipélago, mostrava um semblante pálido e parecia cansado.

Antes do discurso inaugural de sua visita, havia se reunido com o presidente Benigno Aquino, que fez da luta contra a corrupção o elemento central da campanha eleitoral que o levou ao poder em 2010.

Desde então, o presidente anterior e três senadores foram detidos, e o próprio Aquino orquestrou a destituição do líder máximo do Supremo Tribunal de justiça por corrupção.

No entanto, embora a comunidade internacional tenha aplaudido seus esforços, alguns dentro de seu país o acusam de perseguir apenas seus inimigos políticos, e não seus aliados. E embora as Filipinas sejam uma das economias asiáticas com maior crescimento, em quatro anos de poder Aquino não conseguiu diminuir as brutais taxas de pobreza que assolam o país.

A pobreza forçou 10 milhões de filipinos a sair do país em busca de uma vida melhor.

Cerca de um quarto da população do arquipélago, 25 milhões de pessoas, vive com menos de 60 centavos de dólar diários, segundo as últimas estimativas oficiais.

Sobreviventes do tufão

O Papa lembrou que um dos objetivos principais de sua viagem era visitar os sobreviventes do supertufão Haiyan, conhecido nas Filipinas como Yolanda, que em 2013 deixou 7.350 mortos e desaparecidos.

Francisco colocou como exemplo "a força heroica, a fé e a resistência que muitos filipinos demonstraram" ante o supertufão Haiyan e muitos outros desastres naturais.

O santo padre viajará no sábado à região de Tacloban, que sofreu as piores consequências da catástrofe, em uma país regularmente devastado por fenômenos climatológicos mortíferos.

Após este primeiro discurso, o Papa visitou em Manila uma associação de ajuda a crianças em situação de rua, que em muitos casos são vítimas de prostituição e de drogas.

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