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Papa defende "conversão ecológica", em mensagem de paz anual

Na mensagem, o Papa também diz que as guerras são o resultado da "exploração e corrupção (que) alimentam o ódio e a violência".

Papa: a mensagem do pontífice será lida em todas as igrejas em 1º de janeiro (Remo Casilli/Reuters)

Papa: a mensagem do pontífice será lida em todas as igrejas em 1º de janeiro (Remo Casilli/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 10h38.

Em sua tradicional mensagem de paz, que será lida em todas as igrejas no dia 1º de janeiro, o papa Francisco pede uma "conversão ecológica integral" que envolva novas relações humanas e respeito à "criação".

"Uma má compreensão dos nossos próprios princípios muitas vezes nos levou a justificar os maus-tratos à natureza, a dominação despótica do ser humano sobre a criação, as guerras, a injustiça e a violência", lamenta o papa, neste documento divulgado com antecedência como todos os anos.

Para o pontífice, os homens devem operar uma "conversão ecológica", porque devemos "cultivar e manter para as gerações futuras os recursos naturais e muitas formas de vida e a própria Terra".

 

"A conversão ecológica deve ser compreendida de maneira abrangente", como "um novo olhar sobre a vida", a relação entre os seres humanos e a natureza, estima o papa.

Em sua mensagem, o argentino Jorge Bergoglio explica que as guerras e conflitos que se sucederam no curso da história humana "com uma capacidade destrutiva crescente" são o resultado da "exploração e corrupção (que) alimentam o ódio e a violência".

Ele denuncia mais uma vez — como durante a sua recente viagem ao Japão — a dissuasão nuclear, que "só cria uma segurança ilusória".

"Não podemos pretender manter a estabilidade global por medo da aniquilação, em um equilíbrio mais do que nunca instável, suspenso à beira do colapso nuclear", acrescenta.

O papa também se inspira no recente sínodo sobre a Amazônia para explicar que muitos conflitos são devidos à "falta de respeito pela casa comum e à exploração abusiva dos recursos naturais — considerados unicamente como ferramentas úteis para o lucro, sem respeito pelas comunidades locais, pelo bem comum ou pela natureza".

Para o papa, é preciso considerar "uma nova maneira de viver na casa comum, de se preocupar com modelos de sociedade que promovam o surgimento e a permanência da vida no futuro, e de desenvolver o bem comum".

É essencial avançar na direção de "um relacionamento pacífico entre as comunidades e a Terra, entre o presente e a memória, entre experiências e expectativas", afirma o pontífice.

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