Papa Francisco abraça uma criança ao chegar para sua audiência semanal na Praça de São Pedro, no Vaticano (Stefano Rellandini/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2013 às 09h41.
Roma - O papa Francisco disse nesta quinta-feira que a especulação financeira e a corrupção mantêm milhões de pessoas passando fome, e a crise financeira não pode ser utilizada como um álibi para não ajudar os pobres.
O discurso foi o mais recente em uma série de críticas do pontífice argentino, o primeiro papa latino-americano, ao que ele chamou de "a ditadura da economia" e a propagação de valores consumistas.
"É um fato bem conhecido que os níveis atuais de produção são suficientes, no entanto, milhões de pessoas ainda estão sofrendo e morrendo de fome. Isto é verdadeiramente escandaloso", disse ele em um discurso aos participantes de uma conferência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma.
Francisco fez repetidos apelos pelo combate à pobreza e a atenção às necessidades dos pobres desde que sucedeu o papa Bento 16, em março. Ele assumiu a missão de rejuvenescer uma instituição abalada por escândalos, incluindo casos disseminados de abuso sexual por padres, e a perda de fiéis para outras religiões.
"Uma forma deve ser encontrada para que todos possam se beneficiar dos frutos da terra, e não simplesmente que seja fechada a lacuna entre os ricos e aqueles que devem estar satisfeitos com as migalhas que caem da mesa", disse ele.
"Há uma necessidade de se opor aos interesses econômicos míopes e à mentalidade do poder de alguns poucos, que exclui a maioria dos povos do mundo", disse.
Falando no início deste mês antes da cúpula do G8 de líderes mundiais, Francisco denunciou o que chamou de cultura do desperdício em um mundo cada vez mais consumista e disse que jogar fora comida boa é como roubar dos pobres.