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Papa convoca luta contra "praga" do feminicídio

Discurso dedicado à Virgem diante de milhares de pessoas reunidas na Praça de Trujillo se transformou em uma homenagem às mulheres.

Papa Francisco: ele já condenou publicamente, em várias ocasiões, a violência contra as mulheres (REUTERS/Alessandro Bianchi/Reuters)

Papa Francisco: ele já condenou publicamente, em várias ocasiões, a violência contra as mulheres (REUTERS/Alessandro Bianchi/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de janeiro de 2018 às 09h18.

Última atualização em 7 de agosto de 2018 às 14h30.

Trujillo - O papa convidou neste sábado as pessoas de toda a América Latina a "lutarem contra uma praga" que afeta o continente: "os numerosos casos de feminicídio", durante uma celebração dedicada à Virgem Maria na Praça de Armas de Trujillo, cidade do litoral peruano, durante o segundo dia de sua visita ao país.

O discurso dedicado à Virgem diante de milhares de pessoas reunidas na Praça de Trujillo se transformou em uma homenagem às mulheres, quando Francisco louvou todas as mães e avós dessa nação que, segundo ele, "são a verdadeira força motriz da vida e das famílias do Peru".

"O que seria deste país sem suas mães e avós, o que seria da nossa vida sem elas!" destacou o pontífice.

O papa pediu "reconhecimento e gratidão" para as mulheres, que são um bastião nas vidas de nossas cidades e que, quase sempre silenciosas, levam a vida adiante.

Em seguida, o pontífice fez a seguinte convocação: "Olhando para as mães e para as avós, lhes convido a lutar contra uma praga que afeta o nosso continente americano: os numerosos casos de feminicídio".

"E são muitas as situações de violência que ficam silenciadas atrás de tantas paredes. Convido-lhes a lutar contra esta fonte de sofrimento, pedindo que se promova uma legislação e uma cultura de repúdio a toda forma de violência", disse Francisco.

O papa já condenou publicamente, em várias ocasiões, a violência contra as mulheres, mas ainda não tinha utilizado o termo feminicídio em seus pronunciamentos.

O pontífice também defendeu a promoção de uma cultura na qual ninguém olhe para o outro com indiferença, nem vire os olhos para outro lado quando presenciar "o sofrimento dos irmãos".

O pontífice argentino também se referiu à Virgem como "uma mãe mestiça, porque, em seu coração, há lugar para todos os tipos de sangue, pois o amor procura todos os meios para amar e ser amado".

Com este ato, Francisco concluiu sua jornada em Trujillo, onde celebrou uma missa na praia de Huanchaco, na qual lembrou a devastação das últimas inundações em Trujillo devido a fenômenos climáticos para depois seguir para Lima.

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