Papa Francisco revelou, também, que sua "grande penitência" são "as viagens", pois não gosta delas; é um homem apegado ao habitat e um tanto "neurótico" (Ahn Young-joon/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2015 às 13h42.
Cidade do México - O Papa Francisco, que completa nesta sexta-feira dois anos de pontificado, brincou sobre a idiossincrasia dos argentinos e até contou uma piada sobre o enorme "ego" que é atribuído aos cidadãos de seu país natal, em uma entrevista à rede de televisão mexicana "Televisa".
Na entrevista, o primeiro papa latino-americano falou de uma ampla variedade de temas, incluído seus gostos e "penitências" e algumas de suas afirmações mais polêmicas.
Em um momento da conversa, quando foi perguntado sobre sua forma particular de responder pessoalmente algumas das cartas de seus fiéis, começou sua explicação dizendo que o que iria dizer poderia lhe trazer "um problema pessoal" em seu país.
"Simplesmente conto o que aconteceu comigo", acrescentou, para falar depois sobre a reação em seu país após sua nomeação.
"Os argentinos, quando viram um papa argentino, se esqueceram de todos os que estavam a favor ou contra o papa argentino. Nós, argentinos, que não somos humildes e que somos muito vaidosos...", disse.
Foi então que, para surpresa da entrevistadora, o papa lhe perguntou: "Você sabe como um argentino se suicida? Ele sobe em cima de seu ego e se joga lá de cima".
O pontífice lembrou que quando vivia em Buenos Aires era "muito andarilho", pois "ia e vinha pelas paróquias".
Disse que demorou "um pouquinho" para se acostumar com sua vida atual no Vaticano, mas já se habituou, porque encontrou outras maneiras de "andar à toa", como o telefone.
Revelou que sua "grande penitência" são "as viagens", pois não gosta delas.
"Eu sou muito apegado ao habitat, é uma neurose. Uma vez li um livro muito lindo que se chama: "Alegre-se de ser neurótico". Então, você tem que descobrir suas neuroses, servir mate a ela todos os dias, tratá-la bem, para que não lhe faça dano, não?", explicou.